Um dos meus maiores objetivos aqui no blog é oferecer um conteúdo democrático sobre Nova York. Nem sempre consigo cobrir todos os tópicos que gostaria só com as minhas experiências – por questões de gosto, de estilo de vida, etc. Por isso, como já aconteceu algumas vezes, convido leitores e amigos para escrever sobre assuntos e experiências que acho que são relevantes para você. E a convidada de hoje é a Luana Sanches, que é leitora do blog. A Lu é cadeirante e já veio para Nova York. Eu já tinha recebido algumas dúvidas sobre a acessbilidade da cidade e acho que nada melhor do que alguém que realmente viveu essa experiência para contar suas impressões a vocês…
“Sempre via Nova York pelos filmes e tinha o sonho de conhecer a cidade. Achava esse sonho muito distante e caro para a minha realidade, mas, sempre levei ele comigo… Até que, quando eu comecei a trabalhar, fiz um plano para guardar dinheiro e viajar para lá nas minhas primeiras férias e convenci minha mãe a ir comigo. Deu certo e assim aconteceu nas duas férias seguintes. Desde a minha primeira vez em Nova York, eu tinha em mente que a cidade não era completamente acessível. Por isso, estudei bem as estações de metrô que tinham elevadores e também estudei roteiros usando o sistema de ônibus – já que todos os ônibus são acessíveis.
Os lugares preferidos:
- Coney Island – a praia é TODA acessível – tem até uma espécie de piso tátil que te leva até o mar;
- MoMa (meu museu preferido) também todo acessível;
- Bryant Park (pra relaxar da loucura da cidade);
- Dumbo, no Brooklyn – para mim, uma das vistas mais bonitas da cidade.
- Fazer o passeio grátis de Ferry até Staten Island (também todo acessível).
Cuidados antes da viagem:
- Tenha em mente que Nova York é um lugar que se anda muito a pé. Por isso, se você não tem muita prática ou resistência física para tocar a cadeira sozinho, alugue uma motorizada.
- Informe com antecedência à companhia aérea de que você possui uma deficiência e que vai embarcar com sua própria cadeira rodas (se for o caso) e que irá precisar de cadeira de embarque na ida e na volta.
- Se você depende de auxílio para comer e ir ao banheiro na aeronave, pode ter direito ao desconto MEDIF (desconto de no mínimo 80% para compra da passagem do seu acompanhante). Busque por MEDIF no site da companhia aérea que você escolher para viajar para saber os procedimentos – e lembre-se que esse desconto é válido para todas as companhias aéreas que voam a partir do Brasil, pois se trata de uma norma da ANAC.
Embarque / vôo:
- Quem tem alguma deficiência tem prioridade no embarque e desembarcará por último por questões de segurança.
- Temos prioridade no assento espaço plus, sem pagar a mais por isso.
- Lembre-se que o banheiro não é acessível (é minusculo). Se você possuir bastante dificuldade, considere viajar com sonda de alívio e bolsa coletora ou fralda (afinal, é um vôo longo).
Durante a viagem:
- Eu busquei um hotel sem banheira (já que a maior dificuldade é entrar e sair da banheira) e com elevador.
- Não encontramos grandes dificuldades de acesso em Nova York, já que as ruas são planas e têm rampas.
- As pessoas (em sua maioria) são solícitas e tem prazer em ajudar.
- Fique de olho no funcionamento do elevador da estação de metrô que você irá usar (é super fácil olhar isso no site da MTA)
Para mim, o melhor programa em Nova York é olhar as pessoas e sentir a liberdade de ser “diferente” em uma cidade que tudo é normal!”
Lu, obrigada por compartilhar suas experiências na Big Apple! Espero que seus relatos ajudem os cadeirantes que estão planejando uma visita a Nova York!
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.