Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
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News from NY: e o inglês?

Todo mundo – tá, exagero, quero dizer muita gente – fez comentários positivos sobre meu primeiro post “News from Ny”. Passei alguns dias pensando sobre o que poderia escrever aqui até que decidi compartilhar alguns sentimentos, sensações e constatações que passaram e passam pela minha cabeça nos últimos tempos. Queria dividir com vocês algumas realidades de um fato que envolve morar fora do país: a língua estrangeira – nesse caso,  língua inglesa.

Morar fora do País sempre foi um sonho. Um desejo que eu tinha, sei lá, desde que me entendo por gente. Só que na maioria das vezes, esse sonho sempre esteve mais atrelado ao fato de que eu queria falar inglês. Não importava se eu nunca fosse precisar, se o meu trabalho não exigisse. Era uma meta para a vida: falar inglês. Uma realização. Tipo aquele ideal de ter um curso superior? Ou de fazer um mestrado? Pois é. O inglês sempre esteve no topo das minhas vontades, mas talvez eu não tenha priorizado essa ânsia como deveria. Isso é algo que agora, mais madura, observei.

Como jornalista, obviamente sempre curti ler e escrever. Língua portuguesa estava entre as matérias favoritas. E o inglês também. E olha que eu estudei em escola pública – o que, para muitos, significa mais dificuldades. Mas eu sou do time que acha que o desenvolvimento do aprendizado depende muito também do aluno – em grande parte, eu diria. Whatever, esse tipo de filosofia pode ficar pra lá.

O que quero dizer é que estudei inglês na escola, aquela disciplina focada em gramática, texto e tradução – e muito pouca conversação. Em casa, gostava de escutar músicas das minhas bandas gringas favoritas – leia-se Spice Girls, Hanson e Bon Jovi – e me dedicava a traduzi-las. Sem Google Translate, vale lembrar. Naquele tempo, era dicionário na mão e lápis na outra.

Depois que fui para faculdade, o inglês ficou de lado. E esse eu considero um dos meus maiores erros. Tudo bem que a verba não era tão generosa assim para fazer um curso (que, vamos combinar, muitas vezes compromete o orçamento, ainda mais quando falamos de universitária que depende do pai e do estágio) – mas eu poderia ter pesquisado outras alternativas. Sei lá, livros, internet, cursos alternativos (tem!). Falha minha… Lembro que, mais tarde, quando dei aulas no curso de Jornalismo, salientei para os alunos como era importante eles se dedicarem a isso enquanto ainda estavam na universidade (ainda mais numa carreira como a nossa!).

Foi só depois que me formei (uns sete meses depois), que decidi – agora com meu salário próprio, uhull – ir atrás do prejuízo. Orçamentos aqui, aflição ali… até que as colegas da agência me falaram do curso do Sesc (suuuuuper acessível, ainda mais pra quem tem carteirinha de comerciário). Na hora, preciso confessar que não botei fé. Curso do Sesc? Mas não deve ser coisa boa, né? Porém, as meninas elogiaram, etc e tal e fui lá fazer o tal nivelamento. Para minha surpresa e alegria, já caí de cara no Básico 4 – um nível antes do intermediário. E tal foi o meu orgulho interno quando eu pude dizer que nunca fiz curso antes de cair ali, quando a teacher – hey, Carla! – perguntou onde eu havia aprendido…

Depois disso, foram pouco mais de três anos estudando, conciliando com o trabalho e até mesmo outros cursos de línguas (cheguei a estudar inglês, espanhol e francês num mesmo semestre! #projetopoliglota kkkk). E é tão legal ver os resultados: conseguir entender o áudio, responder aos colegas e o ápice: assistir a filme em inglês sem legenda! Paralelo a isso, ainda tinha o apoio do namorado super focado e determinado (mais que eu!) em aprender inglês. É por culpa dele que hoje eu assisto séries em inglês com legenda… em inglês! No começo, eu odiava, hoje confesso que às vezes até estranho quando a legenda está em português e já consigo pegar alguns ‘furos’- leiam-se coisas que não vão para a legenda.

E foi assim que eu vim para cá sem medo de ser feliz. Eu não me considero fluente em inglês, pois acho que tenho muito a melhorar…

…mas é um orgulho danado perceber o quanto eu percorri até aqui, sem estudar fora do Brasil e tudo mais. Já ouvi de mais de um gringo: ‘onde você aprendeu a falar inglês? Você fala bem!’ Isso não tem preço! Pelo menos para mim!

Toda esta historinha foi para dar uma de blogueira de auto-ajuda e dizer que as coisas não são tão difíceis quanto parecem. Não é um curso fora do país que vai  garantir a fluência. Óbvio que certamente é o máximo e pode acelerar muito o aprendizado (que também vai depender do seu esforço – ir para fora e só falar com brasileiro não vai ajudar tanto, por exemplo), mas se você não tiver essa oportunidade, não significa que não pode aprender. Aliás, um detalhe que me enche de orgulho: o material usado no Sesc (Cambridge) é o mesmo usado em muitos cursinhos fora (já vi em duas fotos de Instagram de meninas que vieram estudar nos EUA!). Acredito que hoje, mais do que na minha adolescência (alô dicionário!), a gente tem muito mais alternativas disponíveis.

E vamos que vamos, que a meta agora é melhorar o espanhol!


Gostam de posts assim? Contem pra mim!


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