O Diário de Viagem é uma seção que traz relatos de leitores do blog. Nesses relatos, eles contam como foi a viagem a Nova York, o que mais gostaram de fazer, o que não gostaram, dividem dicas, enfim: um diário mesmo. A convidada de hoje é a Vitória Arenari . Ela passou 7 dias, em fevereiro de 2020. Para conferir mais relatos, clique aqui.
Antes de começar, um pouquinho de contexto: em junho de 2019 eu me rendi ao impulso e comprei um ingresso para assistir Hamilton no Carnaval de 2020. Não tinha nada, nem passagem, hotel, sequer tinha alguém para ir comigo! Minha chefe estava de licença-maternidade, e eu só mandei uma mensagem pra ela falando “Então, sabe aquele musical que eu amo? Eu meio que comprei um ingresso pra assistir ele na Broadway no Carnaval do ano que vem”. Não tinha o menor sentido fazer essa viagem, pois eu já ia pra Orlando em outubro. O dinheiro ia ficar muito apertado, talvez eu tivesse que abortar a missão.
Eu fui pra Orlando com a Anna Paula, minha amiga desde que tínhamos 9 anos, e mais ou menos 1 semana depois de voltarmos, estávamos conversando sobre como é bom viajar e sair de férias. Eu disse que já estava pensando na próxima ida, ela me perguntou para onde, eu respondi “NYC!”, e decidimos que iríamos juntas. A Anna já tinha ido uns anos antes, mas seria a minha primeira vez na cidade. Isso foi no início de novembro. A gente resolveu deixar para comprar as passagens na Black Friday, mas não deu muita diferença no preço, não… Fomos de AirCanada, com escala em Toronto, para depois pousar em Newark.
Nosso vôo foi no dia 18 de fevereiro à noite, com a volta marcada para o dia 26 à tarde. O vôo de ida atrasou em São Paulo por causa do mau tempo, por isso, perdemos o vôo Toronto-Newark, mas a AirCanada nos alocou no vôo seguinte sem problemas. Chegamos em Newark no dia 19 de manhã, e usamos o código da Laura no Lyft. A ida para o hotel foi super tranquila.
Nos hospedamos no The Hotel @ 5th Avenue. Ele fica no quarteirão da 32 entre a Quinta e a Sexta avenida. Tem uma entrada de metrô bem na esquina da 32 com a 6a, então ir e voltar dos lugares foi super fácil. Além disso, ele tem de tudo perto, restaurantes, lojas, mercados, cafés.. A localização é muito boa mesmo.
Chegamos no hotel meio-dia, mas conseguimos deixar as malas no depósito para podermos passear um pouco antes do horário do check-in. Trocamos de roupa (afinal, o inverno nova-iorquino não é brincadeira), almoçamos no Shake Shack, fomos na Target, H&M e Sephora. Já gastamos bastante antes mesmo de sabermos qual era o nosso quarto haha!
Às 15h voltamos para o hotel para o check-in, organizamos nossas coisas, e fomos subindo a Broadway. Conforme fomos chegando perto da Times Square, eu percebi onde estava, e comecei a chorar, parecia que a ficha finalmente tinha caído que eu realmente estava em Nova York! Passeamos pelas lojas, pelas ruas, e 19h fomos ao Tony’s DiNapoli, onde tínhamos reserva. Comemos uma massa com molho de vodka e cogumelos que estava maravilhosa! Depois disso, voltamos ao hotel para dormir, pois o dia tinha sido bastante cansativo.
Segundo dia – acordamos cedo, tomamos café da manhã em uma das cafeterias na rua do hotel, e partimos para o Museu de História Natural. Ficamos lá quase que a manhã inteira. Vimos muita coisa, mas confesso que esperava que esse museu fosse ser mais interativo, não sei. Depois, seguimos para o Central Park, onde fomos no Belvedere Castle e Strawberry Fields. Fomos descendo até a Columbus Circle, entramos num mall e almoçamos no Momofuku, restaurante de Lamen que a Chata de Galocha (Lu Ferreira) sempre fala, e que realmente é delicioso, nós adoramos!
Decidimos ir andando sentido Downtown pela Sexta avenida, até que nos deparamos com o Rockefeller Plaza. Eu vi o símbolo da NBC e, como junkie de TV e cinema, simplesmente precisei entrar. Estávamos exatamente na entrada que tem a loja da NBC. Demos uma volta na loja e no complexo, e eu fiquei com muita vontade de fazer o tour pelos estúdios. Quando eu fui no caixa da loja perguntar se ainda tinha alguma vaga para aquele dia, uma monitora de escola ouviu e nos disse que tinha 3 ingressos sobrando, pois 3 alunos dela estavam doentes e não puderam ir. Como eles perderiam os ingressos (não reembolsáveis), ela resolveu nos dar os ingressos remanescentes. O tour teve um gosto mais gostoso sabendo que tínhamos ganhado nossos ingressos! Começou com um videozinho do Al Roker contando sobre o prédio e a história da NBC, depois subimos para os estúdios do Saturday Night Live, Seth Meyers, e Jimmy Fallon. Ah! Os ingressos dão direito à 10% de desconto na loja. O tour foi muito legal, mas é bem rápido (coisa de 1 hora), e não sei se vale os 30 dólares que eles cobram, com o dólar custando mais caro hoje em dia. Depois do tour, passeamos em volta da pista de patinação no gelo, comemos doces na Magnolia Bakery, e jantamos em um Pret a Manger no caminho do hotel.
Terceiro dia – acordamos e pegamos o metrô direção Downtown para o Greenwich Village. Começamos passeando pela Cornelia Street, que é o nome de uma música da Taylor Swift (somos fãs), e depois fomos ver o apartamento de FRIENDS, que foi muito emocionante. Depois disso, fomos tomar café da manhã no Dunkin’ Donuts, e continuamos o passeio pelo bairro. Passamos na Perry St, pelo apartamento da Carrie Bradshaw, e seguimos para Washington Square.
No fim da manhã, chegamos no Chelsea Market. Esse lugar é incrível! Tem de tudo que você puder imaginar em termos de comida, é muito interessante ver todas as possibilidades gastronômicas. Dito isso, a gente almoçou pizza ahaha, eu sei, mas estávamos em Nova York há alguns dias e ainda não tínhamos comido uma pizza, estávamos com vontade.
Após o almoço, demos mais uma volta no mercado, e fomos passear no Highline. É cada vista linda dali de cima! Seguimos caminhando pelo Highline até chegarmos no Vessel. Tínhamos hora marcada, mas ainda faltava tempo, então ficamos enrolando no mall que tem em frente. Estava muito frio na hora que subimos o Vessel, mas foi uma experiência bem legal. Os ingressos são gratuitos, e você precisa marcar o horário no site com 2 semanas de antecedência. Nós conseguimos horário no dia anterior, porque tínhamos esquecido de marcar antes hahaha
À noite, jantamos no Ravagh, restaurante de kebab. A comida era boa, e os pratos eram tão bem servidos, que depois concluímos que poderíamos ter dividido.
Quarto dia – levantamos cedo e fomos rumo à estação da balsa para Staten Island, para fazermos o trajeto para vermos a Estátua da Liberdade! Sim, ela fica pequena à distância, mas levando em consideração que o passeio foi gratuito, super vale à pena. Tentem entrar no lado direito, que é o lado que dá para a Estátua. No início do trajeto Manhattan – Staten Island, ficamos do lado de fora da balsa, mas quando já tínhamos tirado todas as fotos possíveis, decidimos entrar, pois estava bem frio. Fizemos o trajeto de volta, e fomos para o ponto de encontro do tour a pé por Wall Street que estava reservado com a Sandeman’s. O tour é gratuito, no final, você dá a gorjeta que achar necessária ao seu guia. Nosso guia, o Carlos, era bem simpático e falante, e o tour acabou demorando quase o dobro das 2 horas que estavam no site. Passamos pelo Battery Park, Charging Bull, a Bolsa de Valores, e terminamos o tour em frente ao monumento do 9/11.
Quando o tour acabou, estávamos famintas. Decidimos esbanjar e almoçamos no Eataly Downtown. Foi a refeição mais cara, mas também a mais gostosa da viagem. Dividimos 2 pratos: uma lasanha (que estava ok), e um ravioli recheado de ricota com molho de limone e pistache tostado. Eu juro que foi uma das melhores massas que já comi! De sobremesa, comi um canoli com recheio de tiramisú, que também estava dos deuses! Eu disse que a refeição foi cara (para os nossos padrões – 50 dólares por pessoa), mas valeu cada centavo!
Continuamos passeando por Wall Street, entramos na Trinity Church, que é muito bonita, e depois pegamos o metrô para passearmos mais pela Times Square. Jantamos no Panera, para compensar o almoço caro.
Quinto dia – saímos do hotel e pegamos o metrô sentido Uptown. De café da manhã, comemos cada uma um cookie da Levain Bakery, e olha, eles valem o hype. Crocante por fora, macio por dentro, e simplesmente delicioso! Fomos comendo nossos cookies até chegarmos no MET. Foi o segundo, e último museu que visitamos na viagem, e foi meu favorito. Ficamos por lá por umas 4 horas, e vimos metade do primeiro andar e metade do segundo. Realmente não é o tipo de programa que dá para fazer em um dia, pois fica cansativo demais. No 1o andar, vimos as alas da Idade Média, Arte Americana, e a minha favorita, a Ala do Egito! Na Sackler Gallery, dentro da parte dedicada ao Egito, tem um templo egípcio tão maravilhoso, que me emocionou! A ala egípcia do MET é bem completa, e contempla praticamente a história inteira do Egito Antigo! Também vimos a área com esculturas e objetos greco-romanos. No 2o andar, passeamos pela área com quadros europeus.
Saindo do MET, vimos o ator Michael Sheen andando na rua, com a esposa e o filho bebê. Eles estavam 100% gente como a gente, e como só lembramos o nome dele depois que ele já tinha passado, não pedimos para tirar foto. Passeamos pelo Upper East Side, fomos na Ulta gastar mais alguns dólares, e almoçamos no Otto’s Tacos. A comida era saborosa e o molho de salsa para molhar as tortilhas era muito bom. Também não achamos apimentado, o que é um plus, se tratando de comida mexicana!
Depois de almoçarmos, fomos conhecer a Grand Central Station. Mais um momento emocionante! Tiramos fotos nas escadas e nos maravilhamos com o teto. À noite, jantamos no &Pizza. Também ótimo custo x benefício: dividimos uma pizza de pepperoni, deu 11 dólares para cada uma!
Sexto dia – Foi o dia que mais andamos (22 km!), e foi o dia em que finalmente atravessamos a Brooklyn Bridge! Antes disso, passamos no Flatiron Building, que estava TODO COBERTO, passando por renovações. Bom, fica mais um motivo para voltar, né? Depois do #fail do Flatiron, fomos comer um bagel de café da manhã. Quando terminamos, voltamos para o metrô e descemos até a Brooklyn Bridge. A vista dessa ponte é linda, não importa o sentido que você caminhe nela! Importante lembrar que os pedestres devem ficar sempre à direita (sentido Manhattan – Brooklyn. É ao contrário se você está saindo do Brooklyn para Manhattan), pois a esquerda é reservada para as pessoas que passam de bicicleta! Tiramos um milhão de fotos ao longo da ponte, e finalmente chegamos no Brooklyn! Fomos embaixo da Manhattan Bridge tirar mais fotos, passeamos na margem do East River e vimos o Carrossel, o Time Out e a Pebble Beach. Confesso que esse foi o único dia que nosso roteiro não estava 100%, pois não sabíamos muito mais o que fazer no Brooklyn, apesar de sabermos que, com toda certeza, tem muito mais para se ver. Ficamos andando por Downtown Brooklyn, e quando bateu a fome, voltamos ao Time Out para almoçarmos no Cecconi’s. Comemos uma massa com molho pesto que estava bem boa, mas não foi nada muito memorável. Voltamos para Manhattan e eu decidi subir no Top of The Rock. A Anna não quis ir, então ela foi bater perna pela região, enquanto eu apreciava a vista de Manhattan. O dia estava lindo, e eu consegui ver praticamente tudo que estava sinalizado no mapinha que eles vendem com o ingresso. Lá em cima, sentei no banquinho e parei alguns minutos apenas para refletir sobre como a viagem estava sendo incrível, e como Nova York era como um sonho! Desci, passei na Magnolia Bakery e comprei dois doces: uma torta de limão (deliciosa, doce e azedinha na medida certa!), e um cupcake de chocolate. Encontrei com a Anna e voltamos para o Central Park, para ver mais coisas que não tínhamos visto antes. Fomos até a Bethesda Fountain (onde comi a minha torta de limão), ficamos vendo as pessoas passarem, e depois subimos até a estátua da Alice no País das Maravilhas. O que me chamou atenção nesse momento, foi a quantidade de crianças em atividade escolar no parque: todas de uniforme, com os professores (eram claramente professores, também vestiam uniformes e davam instruções),e pensei como deve ser legal ter aula de educação física no Central Park! Terminamos o dia na Times Square novamente, só porque esse lugar é lindo, e jantamos no Five Guys.
Sétimo dia – nosso último dia cheio foi também o dia de realizar o motivo dessa viagem inteira! Fomos até o Ellen’s Stardust Café, que é uma lanchonete onde os garçons e garçonetes são atores aspirantes à Broadway, que trabalham lá até que seu “big break” aconteça. Como fãs de musical, nós ficamos maravilhadas. O lugar é realmente uma experiência, não apenas uma refeição! O staff do restaurante canta e dança enquanto você está lá, comendo seu bacon. A garçonete veio 3 vezes nos perguntar se queríamos a conta, porque a gente simplesmente não conseguia ir embora! Passeamos com mais calma pelas lojas da Times: loja da Disney, M&Ms, Hersheys… Na loja da Hersheys, comemos o famoso Smores. Ele era gigante, e minha sugestão é: se quiser conseguir comer ele inteiro (afinal, custa 9 dólares), peça o de chocolate meio amargo, pois o ao leite fica muito enjoativo. Fizemos um almoço mais tarde no Panera, demos uma volta pelo bairro do hotel, e depois voltamos para o quarto para nos arrumarmos para a Broadway!
A Anna foi assistir Beetlejuice, que ela amava desde pequena, e eu fui assistir Hamilton, musical pelo qual sou louca desde 2016. Dia 25 de fevereiro é aniversário da minha falecida tia, e quando comprei o meu ingresso (em junho/2019), minha mãe percebeu a data e disse “presente da sua tia”, e realmente foi um dia que eu me senti muito próxima dela. Ela sempre me disse para correr atrás dos meus sonhos, e aquele dia 25 de fevereiro era a materialização de 4 anos sonhando ver Hamilton na Broadway. Peguei meu ingresso na bilheteria e quando entrei na fila, comecei a chorar pensando em tudo que tinha me levado até aquele momento. Eu sentei na segunda fileira do mezanino, e por incrível que pareça, estava incrivelmente perto, a visão que eu tinha do palco era praticamente perfeita! Eu me emocionei durante o espetáculo inteiro, e quando ele terminou, aplaudi mais forte do que jamais na vida. Hamilton é uma obra de arte, e quem gosta de história e de musicais PRECISA pelo menos ouvir a trilha sonora com o elenco original! Como o Beetlejuice terminou um pouco antes do Hamilton, a Anna me esperou na saída do teatro, e nós seguimos para o Carmine’s, onde tínhamos reserva.
Comemos uma massa (a gente comeu muita massa nessa viagem, sabemos) com molho Giardiniera, tomamos bons drinks para celebrar o fim dessa viagem maravilhosa, e voltamos para o hotel, afinal, ainda tínhamos que terminar de arrumar as malas e dormir.
Oitavo dia – Dia 26 acordamos às 8h, tomamos banho e saímos para tomar café e fazer as últimas compras da viagem. Lá pelas 11h, fizemos o check-out e pedimos mais uma vez o Lyft para o aeroporto. Nossa viagem foi incrível. Durante a semana que passamos em NYC, nós nos divertimos, nos emocionamos, e vivemos a magia dessa cidade encantadora. Não sei como demorei quase 25 anos da minha vida para ir à Nova York, mas garanto que não vou esperar mais 25 para voltar.
Se você quiser participar, envie seu relato para análise para laura@lauraperuchi.com COM FOTOS, seu nome completo e cidade/estado. LEMBRE-SE que é preciso ser detalhista. Não precisa escrever um livro, mas seu relato tem que ser informativo!
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.
Vitória e Anna que viagem 🧳 gostosa.
Vitória fiquei emocionada quando descreveu suas emoções nos lugares, eu também sou assim penso nas minhas conquistas e fico tão gratifica por elas.
@Laura muito bom você ter postado esse Diário de Viagem.
Belo relato. Adorei. Vivi cada pedacinho. Dicas boas para uma viagem curta e bem programada. Voltem e nos contém mais