O Diário de Viagem é uma seção que traz relatos de leitores do blog. Nesses relatos, eles contam como foi a viagem a Nova York, o que mais gostaram de fazer, o que não gostaram, dividem dicas, enfim: um diário mesmo. A convidada de hoje é a Marlene Heidrich da Silva Prado. Ela ficou 11 dias na cidade, em abril de 2018. Para conferir mais relatos, clique aqui.
Desde criança, sonhei em ter uma experiência internacional e quando cresci segui minha inclinação e fui morar em Londres em 1995, onde estudei por 1 ano. Nunca me interessei pelos EUA, com exceção de quando levei minhas filhas nos Parques da Disney em Orlando, em 2013. Viajaríamos a passeio em 2016 para Amsterdam, Paris e Londres, mas eu tinha uma curiosidade pessoal e essa curiosidade tinha nome: Nova York. Decidi ir sozinha para comemorar os meus 55 anos. Estudei tudo que a cidade tinha para mostrar e a partir dos pontos interessantes para mim fiz o meu roteiro. Por isso, acho que roteiros são pessoais e únicos. Voei AA sem qualquer intercorrência. Segui as orientações da Laura e da Nyorquina quanto a ir para meu endereço de destino via metrô a partir do terminal 8, incluindo compra de Metrocard – Airtrain + passe semanal.
Como ir do aeroporto para o hotel?
Tudo super tranquilo, não sei se facilitado por eu ser de São Paulo capital e ter morado em Londres e conhecer um pouco sistemas de metrô. Cheguei ao meu endereço de destino no apartamento de uma amiga, na 14st com Avenue C, linha L, descendo na 1st Av , em Manhattan. Só deixei as malas e fui em direção à Grand Central, onde há uma loja da Apple e comprei meu Iphone. Estava sem celular, apenas com chip da Easy4you para conectar via EUA com as pessoas via Whatsapp. Eu que já estava gostando da cidade, disfarcei meu pranto de emoção quando entrei no salão principal. Tenho uma inclinação tremenda por estações de trem, relógios, mais até do que pela Estátua da Liberdade. Na volta, desci na Union Square (que seria então meu ponto de referência para tudo) e fui na Forever 21 e na Burlington fazer umas comprinhas. No Whole Foods, comprei um sanduíche natural e suco e fui me sentar na praça como qualquer cidadão local, comendo meu lanche, entre algumas sacolas, olhando o burburinho das pessoas, carros, e aquela emoção dizendo para mim mesma quase sem acreditar…Estou em Nova York!
No dia seguinte, levantei bem cedo e segui nos mesmos endereços para desta vez registrar com a câmera do meu Iphone. Resolvi comprar logo os presentes prometidos para minha família para depois ter Nova York todinha só para mim. Fui na Lot Less, Best Buy, TJ Maxx, H&M, Marshalls, Old Navy, Harmon, GAP. Com a mochila cheia e cansada, você sempre encontrará uma praça para se sentar com seu lanche e descansar um pouco. Sentei-me na Herald Square com minha Coca-Cola, que trouxera de casa, e minha super pizza, um pedaço enorme por U$1. Maravilhoso almoçar vendo Empire State, também minha fonte de referência para chegar aos lugares. Penso assim: se está num lugar novo, viva como as pessoas desse local vivem. Esperei o cair da noite na Time Square. Mágico ver cada vez mais painéis de led e luzinhas multicoloridas brilhar o palco da Time Square. Sim, é um show à parte. Tirei uma selfie na Broadway e nas escadas vermelhas TKS. Um show.
No meu terceiro dia, minha amiga teria uma cirurgia do projeto que participa e me deu uma carona até o Walmart em New Jersey. Preços ótimos e aproveitei minha manhã fazendo mais comprinhas de suprimentos alimentares. Já à tarde, descobri que poderia ir à pé até a Union Square. Segui até encontrar a Quinta Avenida, onde à direita vi o Empire State. Resolvi seguir seu caminho, atravessando a Quinta Avenida, deixando-a me surpreender. Sentada numa praça, bebericava alguma coisa vendo o Empire State tão perto. Tantos japoneses clicando atrás de mim, resolvi me voltar e me surpreendi com o prédio Flatiron, do filme do Homem Aranha. Nova York é assim: surpreendente a cada esquina. Em uma delas, eu me deparei com a estátua LOVE (5ª Av com 55str). Seguindo a Quinta Avenida, entrei na Biblioteca Pública, cujo prédio me fez lembrar o Museu de História Natural de Londres. Passei pela hiper loja da Adidas, Igreja Saint Patrick, Estátua Prometheus do Rockfeller Center, Trump Tower, região onde concentram lojas da Gucci, Bulgary, Armani, Prada, Lui Vitton, Chanel, Tifany e acabei chegando no Hotel Plaza do filme “Esqueceram de Mim”, onde nos arredores do Central Park vi as famosas charretes.
No meu quarto dia, fui ao Jersey Gardens e gastei um dia inteiro lá. Parti via Port Authorit. Na frente, tirei foto do prédio do “The New York Times”. Chegando no Jersey Garden Mall, não comprei o bloquinho de descontos a U$5. Achei um contra-senso você “comprar” desconto. Jás pensou se eu não fosse contemplada em nenhuma compra? A conta ficaria cara com os 14 do ônibus + 5 do folheto = U$19 sem volta! Não vale tanto esforço porque as lojas me cobraram as taxas que supostamente não seriam cobradas, as ofertas eram as mesmas que em Manhattan, com a diferença que na ilha encontrei mais diversidade. Ainda bem que não comprei o livrinho de desconto, senão iria ficar bem brava comigo.
E então sábado amanheceu ensolarado com calor de 25º. Coloquei minha camiseta e parti para mais um dia em Nova York. Esperei minha amiga na Madison Square, onde almoçamos no Shake Shack. Realmente o hambúrguer é diferenciado. Gostei muito. Minha amiga me levou no 230 Rooftop ali bem pertinho. É de graça e você paga só o consumo. Tem aquelas coberturas plásticas semelhantes a um igloo para o caso de frio intenso. Tiramos algumas fotos com o Empire State em destaque ao fundo. A perspectiva de chuva e frio no dia seguinte fez com que eu seguisse para a travessia da Ponte do Brooklyn. Parece que Nova York inteira teve a mesma idéia. Adorei. Um lembrete importante ao final da travessia, mantenha-se à esquerda para saída com acesso ao Brooklyn Bridge Park, caso contrário terá que andar muito sem ter alternativa de voltar por conta das proteções que separam a avenida e outro lado da ponte. Andei muito e atingi o local da foto icônica onde o Empire State está enquadrado no vão da Manhattan Bridge. Aproveitei para estender minha canga na grama e apreciar a skyline maravilhosa. Fui no Jane’s Carrossel mas mesmo sendo a tarifa barata (U$2) não andei porque a fila era imensa. Vou ter que voltar a Nova York para andar nesse Carrossel. Essa região é considerada a mais charmosa de Nova York e estando ali entendi o porque.
No domingo, amanheceu um frio intenso com 2º de temperatura e muita chuva. Mesmo assim, fui na 60 com a 2nd Avenue pegar o bondinho para ir na Roosevelt Island. Também cena do filme do Homem Aranha. Foi uma ótima experiência, especialmente por você poder utilizar seu Metrocard sem pagar mais nada. Depois da travessia, que dura uns 3 minutos, há um ônibus na porta da estação que faz um passeio pela ilha gratuitamente. Fiz esse passeio por ser free e por observar o exterior bem quentinha e confortável dentro do ônibus. Voltei no mesmo bondinho em que fui e comecei a explorar a pé as imediações. Encontrei a Loja Dylan’s Candy com 3 andares só de doces e steps da escada que liberam aroma de doces e chocolate a cada passo seu. Ainda na 60st com 3rd Av, na mesma calçada do Dylan’s, está o restaurante Serendipity, onde houve filmagem de um filme romântico do mesmo nome e onde o “frozen hot chocolate” passou a ser famoso pedido no local. Na Bloomingdales, do outro lado da Dylan’s, fui saborear um Tiramissu e um capuccino na Magnolia Bakery, famosa na série Sexy and City. Amei. Fui até estação Astor Place onde conheci a Universidade de Nova York e a réplica do Arco do Triunfo, presente da França aos EUA localizada na Washington Square.
Saiba mais sobre o passeio na Roosevelt Island
No dia 16 de abril choveu a noite toda. Encontrei a cidade um caos no que se refere a estações de metrô com goteiras fechadas por inundação, trânsito caótico e tudo isso me fez lembrar da minha São Paulo. Com meu guarda-chuva, resolvi desbravar essa NY molhada. Fui na Time Square, passei pela Macys mas nem entrei porque minha cota de compra já havia terminado, andei até a Penn Station, Madison Square Garden até o Museu de História Natural e Central Park. Desta vez decidi não contemplar nenhum museu em seu interior. Mas no Central Park, entre as ruas 72 e 74, concentrava-se tudo o que eu gostaria de conhecer. A partir desse Museu, caminhei até o Edifício Dakota onde John Lennon morou com a Yoko Ono e local onde ele foi assassinado. Em sua homenagem, está a mandala no solo conhecida como “Strawberry Fields” onde em seu centro há a grafia da palavra “Imagine” em alusão à sua música do mesmo nome. Há sempre um artista entoando suas músicas famosas em troca de alguns trocados, em tributo a John Lennon. Adentrando ao Central Park, atravessei uma ponte bonita utilizada para ensaios fotográficos de noivas e andando em direção à 72 nd dei de cara com a Bethesda Fontain e logo a sua frente o Bethesda Terrace, onde também há sempre artistas fazendo performance musical. É lindo de se emocionar. Outro sonho meu realizado. O teto desse terraço é uma obra de arte à parte. Continuei a andar passando no lago onde os barquinhos são lançados no verão por crianças e adultos, até chegar à escultura em bronze de “Alice in Wonderland”. Depois fui no Bryant Park e nesse local me vi onde vários filmes foram encenados. Também tem um carrossel e eu adoro também! Por fim, passei na High Line, que era uma antiga linha de trem desativada dando lugar a um jardim suspenso que deve ser lindo na primavera!
O que fazer em dias de chuva em Nova York?
No dia 17 de abril, resolvi visitar a Igreja Santos Apóstolos – uma matéria do Fantástico mostrou um chef brasileiro, Felipe Saint-Martin, que é o responsável pela cozinha das 1000 refeições diárias servidas gratuitamente às pessoas carentes de Nova York. No caminho, sem querer encontrei o Chelsea Market, que eu havia procurado tanto no dia anterior sem sucesso. Uma graça de local e vale a pena ser visitado pelo número de restaurantes com comida de qualidade e preço bom, além de ver a antiga fábrica da Nabisco transformada na nova aquisição da Google. Fiz serviço voluntário na igreja naquele dia e trabalhei com o chef Felipe das 10 às 12h30min ajudando a servir comida no bandejão. Eu me emocionei com o capricho do preparo da comida, a forma do serviço obedecendo todo padrão de qualidade e higiene de qualquer vigilância sanitária e por fim, ao som do piano tocado por outro voluntário. Isso tem um nome: amor e dignidade. À tarde, voltei na Times Square. Certamente visitarei Museu Madame Tussaud e espetáculos da Broadway com minhas filhas quando voltar a Nova York. Então, eu me dirigi à área do WTC. Vi a obra futurista toda branca construída na área, chamada Oculus. Já na rua, vi o monumento construído em memória às vitimas da queda das Torres Gêmeas. Uma rosa branca descansava solitária por sobre o nome de uma das vitimas grafado no monumento. O barulho ininterrupto 24h das águas que convergem para o seu centro me fez pensar que no mundo todo, a todo o momento, alguém chora a morte de um filho, uma mãe, um amigo, um noivo, um esposo, uma esposa, um namorado, enfim: muito triste o contexto. Mas serve para não esquecermos as vertentes do homem e do que é capaz.
Confira um roteiro pela região Downtown!
Dia 18 de abril resolvi ver então a Estátua da Liberdade Estava muito frio com 2° e um vento cortante que congelava as mãos. Voltei para casa e coloquei mais dois casacos para me garantir. Peguei o Staten Island Ferry, que é free. Passeio ótimo num ferry envidraçado nos protegendo de frio, quase vazio por ser bem cedo e possibilitando fotos da Estátua da Liberdade. Não tinha como sonho visitá-la de perto ou descer na ilha onde ela está instalada. Então, para mim o passeio foi suficiente e maravilhoso.
Quer saber mais sobre o Staten Island Ferry? Clique aqui.
Saindo do Ferry encontrei o Museu do Índio e Prédio do Citibank. Ao lado, o Battery Park circula a orla do Rio Hudson, onde há homenagem das forças armadas aos seus combatentes americanos. Subindo do lado direito me deparei com a Wall Street e o famoso Charging Bull, touro em bronze símbolo da Wall Street. Recentemente, colocaram a estátua de uma garotinha enfezada, que a princípio seria temporária, mas caiu no gosto dos turistas e parece que vai ficar. Subindo, encontrei a Trinity Church, City Hall, área denominada TRIBECA. Passei pelo Soho, Chinatown, Little Italy, com seu comércio peculiar e com lojas de grife como Vistoria Secret e GAP com preços muito melhores que Jersey Gardens com uma “Clearence” de tirar o chapéu. Depois de 8 horas caminhando, cheguei na Union Square e aproveitei a feirinha de produtos orgânicos tomando um chocolate quente na praça ensolarada como qualquer novaiorquina, curtindo este momento único na minha vida.
19.04 – No meu último dia livre em Nova York, voltei a Wall Street mas então para contemplar os parques da orla do Rio Hudson. Um passeio à parte. O frio e a garoa me impediram de sentar num dos diversos bancos e ficar contemplando sem pressa os prédios da cidade. Tempo frio, bom para visitar a loja de Carlos Valastro, o Cake Boss ao lado do Port-Authority em Hoboken. Comi um bolo Red Velvet e um canoli, acompanhados por um chocolate quente. Linda a loja, linda a vitrine de bolos e a visão iluminada da Times Square/Broadway, mas quanto a sabores, pelo custo, apreciei mais o chocolate quente e os donuts das barraquinhas do Halal na rua.
Tirei fotos do entardecer e noturnas maravilhosas próximo a Williamsburg Bridge. E assim voltei para casa extasiada com os últimos 10 dias passados em Nova York, com uma certeza em meu coração: Desculpe-me Londres, mas caí de amores por Nova York e desejo voltar muito em breve!
BREVES OBSERVAÇÕES:
- Observe roteiros alheios, pesquise muito, vivencie sua viagem antes de partir e faça SEU roteiro de acordo com seus interesses. Não fiz nada pago. Deixei para fazer quando estiver acompanhada das minhas filhas, que não gostam de andar da forma que eu aprecio.
- Cuidado com trânsito maluco. Observe os sinais de PARE e SIGA
- Vá com cuidado nos pontos considerados “modismos”
- Escutar mais a dona do blog. Kkkkk
- Leve bota de salto só para tirar aquela foto, depois troque-a e carregue porque ninguém vai prestar atenção no seu glamour mas seus pés sim.
- Não deixar para a última hora sua ida ao aeroporto. Meu vôo saia às 22h45 e saí de casa através de transfer privado. E não foi cedo demais!
Saiba mais sobre transfers privados.
Este foi meu relato. Espero também ter contribuído com alguma coisa.
Obrigada pelo seu relato, Marlene!
Gostaram do relato da Marlene? Se você quiser participar, envie seu relato para análise para laura@lauraperuchi.com COM FOTOS, seu nome completo e cidade/estado. LEMBRE-SE que é preciso ser detalhista. Não precisa escrever um livro, mas seu relato tem que ser informativo!
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.