Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
Diário de viagem

Diário de viagem a Nova York – Giovanni Ramalho

O Diário de Viagem é uma seção que traz relatos de leitores do blog. Nesses relatos, eles contam como foi a viagem a Nova York, o que mais gostaram de fazer, o que não gostaram, dividem dicas, enfim: um diário mesmo. O convidada de hoje é o Giovanni Ramalho . Ela passou 3 dias, em janeiro de 2020. Para conferir mais relatos, clique aqui.

DIA 1

Tudo começou no frio inverno de Waterloo, região metropolitana de Toronto, no Canadá. Saí de Porto Alegre na metade de dezembro de 2019 pra passar o Natal e Ano Novo com meus tios, que moram lá. Dia 5 de janeiro, domingo, acordei por volta das 13h com a alegria de saber que o grande dia havia chegado. Na madrugada de domingo pra segunda-feira, mais especificamente às 5h45 da manhã, eu sairia de Toronto rumo a Nova York. Com a cabeça a mil, não deu pra dormir nem um pouco antes de sair pro aeroporto. Pensei “ok, sem problemas, no vôo eu durmo e me renovo”. Se eu consegui? É óbvio que não, nem uma cochiladinha. Aqueles 90 minutos dentro de um mini avião da American Airlines foram de pura apreensão e ansiedade. Às 7h15 eu pousava no LaGuardia, “virado”, sozinho e com uma única mochila. Era o início de uma jornada corrida – mas muito esperada – de 3 dias na capital do mundo.

Com 20 anos de idade, estagiário no Brasil e com o dólar turismo numa cotação de R$4,30 (hoje em dia com o dólar na casa dos R$6 isso seria motivo de muita comemoração, eu sei), decidi que aquela viagem teria que ser econômica. Eu tinha exatos US$367 pra passar os 3 dias. Comprei o passe semanal do Metrocard (cartão de metrô/ônibus da cidade) em uma vending machine no saguão do LaGuardia, e peguei um ônibus até a estação de metrô Junction Blvd, a mais próxima do aeroporto. Lá, entrei em um vagão da linha 7 em direção à icônica Grand Central Station, em Midtown Manhattan.

Chegando lá, por volta das 9h da manhã, saí por uma das portas principais, na 46th Street. Comprei um Frapuccino com o dobro de café no Starbucks (já eram quase 24h sem dormir) e caminhei até a famosa 5a Avenida, pois precisava ir ao Rockfeller Center (obrigações de rotina, né pessoal) pegar o voucher pra subir no Top of the Rock ao final do dia. Com uma pequena parada pra fotos a alguns quarteirões de distância do Empire State, caiu minha ficha de que aquele sonho havia finalmente se materializado. Quem já sentiu essa sensação certamente entende muito bem o que eu estou falando. E eu, como um bom leitor de mentes, sei que agora mesmo você está lembrando do momento em que foi você quem passou por isso.

Com o voucher do Top of the Rock em mãos, era a hora de começar a passear. Caminhei 26 quarteirões pela 5a Avenida até o Flatiron Building, na 23rd Street. Decidi voltar pela 8a Avenida até o Central Park, mas com uma pequena parada: 2Bros Pizza, na 38th Street. Por U$4, comi 2 slices maravilhosos da clássica pizza nova iorquina, em uma das mais famosas redes da cidade.

Chegando no Central Park por volta das 13h, aproveitei pra tirar várias fotos, pra conhecer o Imagine – memorial em homenagem a John Lennon – e também o Dakota Building, prédio onde ele morava e foi assassinado a tiros por um fã quando chegava em casa, em dezembro de 1980. Saí de lá e fui em direção ao hostel onde eu ia ficar, também no Upper West Side, mas na 63rd Street. O nome era West Side YMCA, um bom custo-benefício com ótima localização. Matei um pouco de tempo e fui pra uma das principais e mais esperadas atrações da viagem: o Top of the Rock.

Sobre o Top e qualquer outro observatório, a dica que eu dou é a mesma que eu recebi: subam no final da tarde. Por quê? Um simples motivo: conseguir ver a cidade de cima durante o dia, no pôr do sol e à noite. Agendei meu voucher pra subir entre 16h e 16h30, últimos horários de céu claro no inverno americano. Fui agraciado com um dia de céu aberto, o que me permitiu ver o pôr do sol mais belo possível, proporcionando fotos com paisagens dignas de comparação às pinturas dos mais renomados e talentosos artistas do mundo.

Saindo de lá, já no início da noite, parti pra penúltima programação do dia: pegar a Ferry (balsa) que faz o transporte de pessoas entre os bairros no Pier da 34th East Street. Esse passeio, pra quem assim como eu adora apreciar vistas bonitas, vale muito a pena. Na ocasião, paguei US$2,75 por uma passagem da balsa ER, e fui da 34th Street até o Brooklyn Bridge Park, no Brooklyn, pelo East River. A balsa, além da vista sensacional, passa por baixo da Manhattan e da Brooklyn Bridge. Passeio completo pelo preço de um sorvete, que conheci através de uma dica da Laura.

A fome tava pegando forte, e depois de tirar algumas fotos com aquela vista sensacional, resolvi ir jantar ali perto. A escolha? Conhecer o famoso Shake Shack. Além do burger, que achei muito bom, o local fica bem embaixo da Brooklyn Bridge e com vista pro World Trade Center. Dispensa comentários. Saindo de lá, o plano era pegar o metrô e dar uma passada na Times Square antes de ir pro hostel. Deu tudo certo, mas com um pouquinho de atraso porque me perdi. No meio do caminho, numa rua aleatória, acabei me deparando com a vista da foto abaixo. Nada mal pra uma segunda-feira à noite.

No fim das contas, me achei e peguei um metrô até a Times Square. Sinceramente, a Times tá longe de ser meu lugar preferido em Nova York. Mas inegavelmente, a parada lá é obrigatória e rende ótimas fotos. Aproveitei pra dar uma passadinha no famoso Ellen’s Stardust, um restaurante onde os garçons fazem apresentações musicais. O ambiente é bacana, vale a pena conhecer. De lá, fui a pé até o hostel pela 8a Avenida. Foram os últimos quarteirões de um dia onde andei, no mínimo, uns 15km. Depois de 33 horas seguidas sem dormir (imaginem o estado que eu tava), descansei bem e me renovei pro dia seguinte.

DIA 2

8h da manhã de terça-feira, toca o despertador. No meu momento Frank Sinatra, com “I want to wake up in the city that never sleeps”, me ajeitei pra partir pro segundo dia na Big Apple. Primeira parada do dia: Chelsea! Recebi a recomendação de ir na Starbucks Reserve Roastery, uma loja da Starbucks onde eles processam o café lá mesmo, na hora. Eu confesso que não sou dos mais entendidos no assunto, mas achei o lugar bem bacana. Tem vários maquinários e produtos bem legais. Tomei um café lá e dei uma passadinha rápida no Chelsea Market pra conhecer. Uma curiosidade bem interessante sobre esse lugar é que lá foi a primeira fábrica da bolacha (sim, é bolacha e não biscoito) Oreo, muito conhecida em qualquer canto do planeta.

Saindo do Chelsea Market, desci um pouquinho mais em direção a Lower Manhattan pra conhecer o charmoso Greenwich Village. Um dos bairros mais clássicos de Nova York, o Greenwich é visitado por um motivo principal: o famoso prédio de Friends é localizado lá, na esquina da Grove com a Bedford Street. Vale muito o passeio, principalmente pra quem é fã da série.

Sem mais delongas, vamos pro rolê mais esperado da viagem: Staten Island Ferry! Assim como a Ferry pelo East River da noite anterior, esse passeio eu também descobri graças a um vídeo da Laura no Youtube. Grátis, a balsa sai de Lower Manhattan e vai até Staten Island. Além de proporcionar uma vista sensacional do sul da ilha, ela passa pela Estátua da Liberdade também. Perfeito, marcante, inesquecível. Chegando em Staten Island, você pode tanto ir conhecer o distrito, quanto esperar a saída da próxima balsa ali na estação mesmo. Foi o que eu fiz, porque tinha a Brooklyn Bridge esperando por mim.

Um dos pontos mais icônicos e conhecidos da cidade, a ponte tem uma travessia pra pedestres. São menos de 2km de uma caminhada que vale muito a pena. Além da ponte em si, que é muito bonita, as vistas que o lugar proporciona, tanto de Manhattan quanto do Brooklyn, valem a pena por si só. Chegando do outro lado, aproveitei pra almoçar. Depois foi só ficar por ali, passeando durante a tarde pra conhecer melhor aquela parte do distrito, até chegar a hora do jogo da NBA pro qual eu havia reservado ingresso: Brooklyn Nets x Oklahoma City Thunder, no Barclays Center.

Foi o primeiro jogo de basquete em que eu fui, e a experiência é sensacional! Gosto bastante da NBA e acompanho no Brasil, então estava bem ansioso pro jogo. Mas até pra quem não é dos maiores fãs, vale bastante a pena. O evento envolve muito mais do que apenas o jogo em si. Torci bastante, mas depois de um empate no tempo normal, o time do Brooklyn perdeu no overtime. Peguei o metrô de volta pra Manhattan, jantei e voltei pro hostel. O dia foi puxado e o dia seguinte seria o último, então queria acordar bem cedo pra aproveitar ao máximo.

DIA 3

Terceiro e último dia em NYC. Acordei, me aprontei e fiz o check-out no hostel. Caminhei até a Columbus Circle Station e peguei o metrô até Downtown, onde eu queria dar uma passada pelo Financial District. Caminhei pela famosa Wall Street e, logo depois, fui em direção ao 9/11 Memorial. Hoje cheio de vida novamente, o local do trágico atentado de 2001 ainda deixa um clima pesado no local pra quem visita pela primeira vez. Por indicação, resolvi comprar o ingresso do museu do Memorial. Numa boa? É uma experiência muito necessária. Eu acho que não iria de novo, mas é muito necessária. Confesso que passei 80% do tempo lá dentro chorando e isso deu uma murchada no meu dia. Porém, sair de lá e dar de cara com o One World Trade Center traz uma sensação revigorante. O prédio mais alto do Ocidente – e na minha opinião o mais bonito do planeta – representa um marco intransponível de resiliência. Mais do que isso, representa a volta por cima sobre o dia que nunca teve fim.

Saindo de lá fui almoçar, dei uma última volta em Midtown, e já comecei a me preparar pra pegar o metrô e o ônibus até o LaGuardia. Nova York é isso: correria, agilidade, charme, reflexões e, principalmente, a materialização de um sonho. Sonho, esse, de ter a possibilidade de viver o planeta inteiro, desfrutando de cinco continentes em um único lugar. Sonho esse que se renova a cada dia, nos dando a garantia de que em uma próxima visita, mesmo que seja sem dormir há muitas horas, Nova York vai nos manter acordados, deslumbrados e vivos de uma forma que só o melhor lugar do mundo é capaz de nos fazer sentir.

Se você quiser participar, envie seu relato para análise para laura@lauraperuchi.com COM FOTOS, seu nome completo e cidade/estado. LEMBRE-SE que é preciso ser detalhista. Não precisa escrever um livro, mas seu relato tem que ser informativo!


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