Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
Diário de viagem

Diário de viagem a Nova York – Emília Maria

O Diário de Viagem é uma seção que traz relatos de leitores do blog. Nesses relatos, eles contam como foi a viagem a Nova York, o que mais gostaram de fazer, o que não gostaram, dividem dicas, enfim: um diário mesmo. A convidada de hoje é a Emília Maria, de Brasília, DF. Ela ficou 4 dias na cidade, em fevereiro de 2018.  Para conferir mais relatos, clique aqui.

“Já começo avisando que o relato ficou grande, mas… sou jornalista – adoro escrever – e virginiana – detalhista. Passei apenas quatro dias em New York – queria pelo menos um mês! – mas foram bastante intensos e muito proveitosos. Não conhecia a cidade, nunca havia ido para os EUA e fui sozinha. Por isso, fiz questão de planejar tudo muito bem: queria conhecer o máximo de lugares possíveis e evitar passar algum aperto. No processo de pesquisa para o planejamento conheci o grupo da Laura no Face, o blog e o canal no YouTube e consegui tirar todas as minhas dúvidas sem nem precisar perguntar nada. Já estava tudo lá!

Viagem e chegada – saí de Brasília para São Paulo e de lá peguei o voo da United. Tive que ir de Congonhas a Guarulhos, porque não me atentei nisso no momento da compra da passagem. Teria sido bem tenso se eu não tivesse conseguido antecipar meu voo em Brasília. Fui mais cedo para o aeroporto, os atendentes da Avianca foram muito solícitos e entrei em um voo anterior sem nenhum custo. Atenção ao comprar pacotes de passagens!

Cheguei pelo aeroporto Newark na sexta-feira (16/02), às 6h da manhã. Adquiri um chip com internet ainda no Brasil e, no avião, já o inseri no celular. Ao pousar, já estava funcionando e fiquei conectada durante toda a viagem. Considerando a localização do meu hotel – The Hotel @ New York – próximo à estação da 33th Street com Lexington Av., optei por ir de ônibus – Newark Airport Express – do aeroporto até a Grand Central Station e de lá pegar o metrô até a estação da 33th St. Já comprei a volta e tudo saiu por U$ 29. O trajeto levou menos de uma hora, provavelmente por conta do trânsito mais livre naquele horário. Na Grand Central, comprei o Metrocard, conforme as orientações dos vídeos, segui as placas e usei o app CityMapper, que também me acompanhou todos os dias. Caminhei três quadras até o hotel, deixei a mala e sai para iniciar o roteiro do primeiro dia.

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Como ir do aeroporto para o hotel?

Primeiro dia (sexta-feira) – Como só poderia fazer o check in no hotel às 15h, programei conhecer alguns pontos relativamente próximos ao hotel: Bryant Park, Biblioteca Pública, Empire State – inclusos no NY City Pass, que adquiri também antes da viagem – e planejei ir a uma Best Buy para comprar uma câmera fotográfica. Por sorte, o tempo estava um pouco abafado, nublado, com temperatura em torno de 14oC e a jaqueta que tirei da mala para colocar sobre um blusão de lã fina que já tinha vestido no voo foram suficientes.

Vídeo: NY City Pass e NY Pass – valem a pena?

Fui caminhando até o Bryant Park e já conhecendo as ruas, os prédios, as pessoas, e tendo as primeiras impressões da cidade. Dei uma volta pelo parque e segui para a Biblioteca Pública, cuja fachada já impressiona, mas o interior é ainda mais lindo. Ao entrar na grande sala de leitura rodeada por estantes de livros que já havia visto em tantos filmes, quase chorei! Essa visita é gratuita e vale muito a pena pra quem gosta de leitura, mas imagino que os amantes de arquitetura, arte e outras áreas desse tipo devam também se impressionar. A visita ao Empire já começa legal no elevador com o vídeo projetado no teto, além da vista maravilhosa, é claro. Perto das 15h, voltei para o hotel e me instalei. O quarto era bem grande, assim como o banheiro, e contava com algumas facilidades como tábua e ferro de passar e cafeteira com saquinhos de chá e café repostos diariamente – e que eram um acalento ao chegar da rua sempre cansada.

Para a noite, planejei passear pela Times Square antes do espetáculo Alladin – que começava às 20h30 – e para o qual eu também havia comprado a entrada antes da viagem porque não quis arriscar a loteria devido ao roteiro apertado. Direto ao show: realmente maravilhoso – vi que a Laura fez um post sobre ele recentemente e disse que o Gênio é o grande personagem. Concordo totalmente! Ele por si só é um espetáculo! Mas claro que os cenários, os números de dança, os figurinos e os demais atores fazem valer cada centavo – não é barato, mas vale. Com meu nível de inglês intermediário enferrujado, consegui acompanhar a apresentação, apesar de não entender quase nada no momento das canções. Os diálogos foram mais claros pra mim e consegui me divertir com as brincadeiras e piadas. Optei por não pegar a tradução porque pensei que poderia atrapalhar curtir o show. Posso ter me equivocado, mas nunca saberei… Enfim, recomendo muito!

Aladdin e Rei Leão na Broadway: dicas e curiosidades sobre os famosos musicais em Nova York

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Segundo dia (sábado) – Havia comprado passe de um dia para o Big Bus e planejei usá-lo no sábado, descendo em alguns pontos: Flatiron Building, SoHo – com uma passada na loja da Deciem para dar aquela olhadinha, ponte do Brooklyn, Memorial 11 de setembro, Charging Bull e Battery Park. Estava tão frio que a coragem de descer do ônibus diminuiu consideravelmente e só fotografei o Flatiron na passada e não fui ao SoHo. Desembarquei próximo à Ponte do Brooklyn e comecei a atravessá-la curtindo toda a paisagem. Tirei muitas fotos – e aqui quero registrar a importância que teve o bastão de selfie na minha viagem! Consegui fazer muitas imagens em que apareço inclusive de corpo inteiro apenas usando o bastão. É preciso ir testando ângulo do braço, do celular em relação ao bastão e do próprio bastão. Mas dá certo! E tem fotos que meus amigos ainda não acreditam que fui eu mesma que tirei! Até pedi uma ajudinha para outros turistas, mas acabei não gostando do resultado e resolvi ficar por conta mesmo. Importante: meu bastão era um bem simples que eu já tinha e acho que paguei uns 15 reais. É daqueles que tem um plug pra conectar no lugar do fone de ouvido do celular que liga a um botão bem onde a gente segura o bastão.

Como fazer boas fotografias durante a viagem?

Bom, depois de andar pela ponte – não cheguei a ir até o outro lado – voltei e aproveitei para comprar umas lembrancinhas por ali mesmo. Realmente nas banquinhas da ponte encontrei os melhores preços de souvenirs, como alguém tinha comentado no grupo. Andei até o Memorial 11 de setembro e, no caminho, parei em outra banquinha para comprar um gorro porque estava muito frio! Já havia decidido que não entraria no Museu, mas nunca se sabe… Só que, ao chegar lá, a fila estava dando voltas e mais voltas e só confirmei minha decisão. Mesmo assim, conheci as piscinas com as placas em homenagem às vítimas do atentado e pude ver toda a moderna arquitetura que se desenvolveu nos arredores.

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Continuei caminhando, agora em direção ao Charging Bull. E talvez vocês possam ter se perguntado em algum momento: essa criatura não come? Gente, meu objetivo principal era conhecer o máximo de locais icônicos possível e, pelos poucos dias que tinha, isso acabou não incluindo pontos gastronômicos. Assim, eu parava para comer no local mais interessante que encontrava perto de onde não aguentava mais andar. Nesse dia, foi um Pret a Manger, que tem sanduíches naturais e outras opções orgânicas e frescas – segundo a descrição da rede.

No famoso touro de Wall Street, aquela já esperada fila para as fotos, fiz meus registros rapidinho, admirei a Menina Destemida – que agora vai continuar por lá – e segui meu caminho. Rumo ao Battery Park, o frio aumentou consideravelmente, talvez pela proximidade da água. No parque, mais filas gigantes: uma multidão aguardava para embarcar e atravessar até a ilha da Estátua da Liberdade. Eu tinha optado por fazer, em outro dia, o passeio da Circle Line Cruises, incluso no NY City Pass (o passe oferece a opção da ida à ilha ou do passeio que passa próximo), porque li várias pessoas dizendo que a ida à ilha não valia a pena e etc. Porém, acabei me arrependendo, mas isso conto daqui a pouco lá no dia do passeio. Passeei um pouco pelo Battery Park – sou  gaúcha e já passei por muitos invernos, mas esse momento deve ter sido o que mais passei frio na vida! Para fazer foto, tirava a luva toda a hora e, quando percebi, minha mão estava extremamente ressecada e parecia até queimada do frio. Encerrei o passeio por ali e fui esperar o próximo Big Bus pra voltar à região da Times. O plano era bater perna por algumas lojas, como Macy’s e H&M, com as quais fiquei bastante decepcionada, na verdade. Talvez o fato de que eu iria pra Miami depois e estava me segurando nas compras tenha influenciado nisso. Mas não encontrei nada tãão interessante e acabei comprando só uma bota à prova d’agua que estava em promoção na Macy’s e me convenci de que ia precisar nos próximos dias.

Porém, a maior surpresa veio quando saí da loja por volta de 18h. Estava nevando!! Fiquei eu com uma cara de besta olhando os floquinhos caindo e, quando peguei o celular percebi que a bateria estava bem fraca (não tinha levado o powerbank nesse dia :-/ Pelamordedeus, levem powerbank, carregador, adaptador e seja lá mais o que for SEMPRE. Nunca sabemos o que vai rolar!). A câmera eu tinha levado e fiz algumas imagens com ela. Comecei a andar deslumbrada pelas ruas e a neve foi aumentando. Não conformada com as fotos da câmera – recém comprada e que eu ainda não tinha estudado nada dos recursos – tentei novamente o celular e funcionou! Curti bastante aquela novidade e depois fui para estação de metrô pra voltar pro hotel. Quando desci na minha estação, outra surpresa: a neve parecia mais forte e os carros estavam cobertos e branquinhos. Mais algumas fotos e vídeos com o celular guerreiro que só tinha 3% de bateria. Amém! Cheguei no hotel com aquela cara de besta que até a recepcionista riu – logo ela que nem responder aos meus cumprimentos respondia (o pessoal lá não era muito simpático, inclusive os hóspedes no elevador que não respondiam um “bom dia”).

Terceiro dia (domingo) – Levantei cedo mais uma vez e, depois do café no hotel, parti pra estação do metrô. Destino: Central Park. Pensem na minha alegria quando cheguei lá e vi que a neve da noite anterior estava cobrindo o parque! Estava tudo lindo e aproveitei pra fazer muitas fotos. Andei, andei e andei, conhecendo os pontos famosos como a Bethesda Fountain, a estátua da Alice, a Bow Bridge, o Belvedere Castle e outros. Tudo tão lindo que me perdi nas horas e demorei mais do que tinha planejado. Valeu muito a pena, mas acabou atrasando a programação do dia e prejudicando as visitas ao Museu de História Natural e ao MET (também inclusos no NY City Pass).

Um guia para explorar o Central Park!

Cheguei ao Museu de História Natural por volta das 13h30 e, pra variar, a fila estava imensa, o hall lotado de gente pra entrar. Ou seja, se eu puder dar uma dica, nada de museu no domingo… Mas também era o fim de semana de feriado do President’s Day. Então, outra dica, acredito que seja melhor evitar feriados – a não ser que, como eu, você procure pela passagem menos cara no período em que pode tirar férias. Enfim, já estava cansada de tanto andar pelo parque e aquela multidão em cada sala do museu me deixou ainda mais sem vontade de explorar tudo. Dei uma olhada bem geral, descansei um pouco na praça de alimentação – que fica no subsolo e tem um sistema interessante de self service, inclusive com buffet, que não cheguei a experimentar. Tentei visitar mais algumas salas, mas realmente estava muito cansada/com calor/carregando tanta tralha (questionei muito esse negócio de ter aquecimento em todo lugar porque ficar carregando casaco/gorro/cachecol é tão chato e não sei como os locais aguentam ficar usando tudo mesmo no calor) que resolvi encerrar por ali.

Eram quase 16h e eu ainda queria ir ao MET, que fechava às 17h30. Olhei no CityMapper como chegar e fui para a parada de ônibus. Perguntei pro motorista se era o ônibus correto, ele confirmou, entrei e ele começou a andar. Fiquei procurando onde passar o Metrocard e não encontrei, perguntei pro motorista e ele disse que naquele tipo de ônibus (Crosstown pelo que eu lembre) eu deveria ter passado o Metrocard em uma máquina no ponto e retirado um outro bilhete (confesso que não pesquisei nada sobre ônibus por lá… só sabia que com Metrocard também dava pra andar). Aí perguntei o que fazer então e ele disse “Agora foi de graça”. Fiquei morrendo de vergonha, pedi mil desculpas e ele indicou onde eu deveria descer, foi super compreensivo.

Saiba como andar de ônibus em Nova York – e aprenda sobre os ônibus que não possuem catraca

No MET, já vi muita gente logo nas escadarias e o hall estava também bastante cheio. Obviamente, estava ainda mais cansada e a visita foi bem superficial. Precisa-se tempo e disposição para aproveitá-lo bem, duas coisas que eu não tinha. Resolvi sair dali e tentar subir no Top of the Rock – que era pra ter ido no dia anterior, mas como estava nevando fiquei em dúvida se teria uma boa visibilidade e não fui. Chamei um Uber e entrei na – óbvio – fila por volta das 18h, conseguindo a entrada para 19h15. Fiquei esperando ali no Rockefeller mesmo, assim como muitos outros turistas que se espalharam pelas cadeiras e pelo chão de uma pequena praça de alimentação. Minha intenção de subir pra ver o pôr do sol não foi bem sucedida, mas a vista noturna é maravilhosa e consegui aproveitar bastante. Saí pela 5ª Av e contemplei a St Patrick’s Church só por fora mesmo. Já quase sem pernas, caminhei até o metrô e voltei para o hotel.

Vídeo: Empire State, Top of the Rock ou One World Trade Center: qual o melhor observatório em Nova York?

Aqui cabe um parêntese sobre saúde. Cada um sabe do seu corpo e como ele reage, por isso levei minha farmacinha básica do Brasil e uma semana antes da viagem comecei a tomar vitamina C pra não baixar a imunidade. Todos os dias, antes de dormir, tomava um bom relaxante muscular porque sabia que, se não fizesse isso, nem levantaria no dia seguinte. Não dá pra subestimar o tanto que a gente anda e ainda tem a questão do frio que nos faz ficar mais contraídos e tal. Mesmo usando meus creminhos e protetor labial direto, no momento que pousei em Miami percebi uma coceirinha no canto do lábio. Quem tem sabe: herpes labial. Afffff, coisa mais desagradável! Tive duas vezes na vida antes disso e não levei pomada, aí fiz aquela pesquisa básica na internet e descobri o Abreva – até onde sei o único remédio nos EUA eficaz – e que tive que pagar a ‘bagatela’ de U$27 por uma bisnaguinha que parecia amostra grátis. Ou seja, pesquisem o que vale a pena comprar lá. As farmácias dos EUA são mesmo de pirar, mas nem tudo vale a pena.

Quarto dia (segunda-feira) – Será que alguém resistiu lendo até aqui? Bom, esse foi o dia do passeio de barco do qual me arrependi. Cheguei no pier com os 45min de antecedência solicitados e peguei a entrada para as 10h. Provavelmente porque era uma segunda-feira, poderia tranquilamente ter chegado num horário mais próximo. O barco encheu, mas isso bem perto das 10h, quando o passeio começou pontualmente. Para ficar na parte externa, é preciso estar muito bem agasalhado porque o frio é intenso nessa época do ano. O passeio é legal e tudo, vamos vendo vários pontos interessantes de Manhattan. Porém, claro que a atração principal é a Estátua. E foi aí minha decepção, o barco não passa tão perto dela como eu esperava. Além disso, o céu estava nublado e, como ela é clarinha, deu branco no branco e as fotos ficaram prejudicadas.

Meu planejamento era sair do passeio da Circle Line e ir até pier do lado para visitar o  Intrepid Sea, Air & Space Museum. Mas como já eram 11h, resolvi mudar um pouco a programação e caminhar para o lado  da Times Square e encontrar um lugar pra comer. Enquanto almoçava, dei aquela olhadinha básica no Maps e apareceram algumas coisas que eu tinha marcado como “Posso passar” e não tinha passado: The New York Times, Carlo’s Bakery e Midtown Comics. Lá fui eu desviar mais um pouco do trajeto inicial. Fiz fotos na frente dos dois primeiros, entrei na Carlo’s e nada me apeteceu, peguei o rumo da loja de quadrinhos. No caminho vi a Jack’s 99 – loja tipo 1,99 e mais – e tive que parar também. Comprei umas besteiras, creminhos e sabonete (líquido para o rosto Dove por U$ 1,99 mesmo) e continuei. Dei aquela vasculhada na Midtown Comics, curti os bonecos expostos no andar superior e saí de lá com dois gibis.

Comecei o caminho de volta para o Intrepid e, já cansada, enfrentei mais uma fila pra entrar, outra para o submarino e passeei pelo museu, que é grandioso, ainda mais para quem gosta dos temas aviação/marinha/espaço/militarismo. O ônibus espacial Enterprise exposto é impressionante, assim como o próprio navio que foi transformado em museu e as diversas aeronaves lá colocadas.

Meu próximo plano seria uma caminhada pelo High Line Park, mas quando saí do Intrepid – depois de algum tempo na lojinha de souvenirs – estava chovendo e acabei desistindo. Voltei pro hotel e depois de descansar um pouco comecei a arrumar a mala para a partida. ;-(

Partida – Fui pro aeroporto Newark do mesmo jeito que cheguei – só que o caminho inverso, claro – metrô até a Grand Central e ônibus Newark Airport Express. O trajeto levou 1h15, mesmo com trânsito considerável por volta das 9h. Meu voo era só às 12h50, mas não quis arriscar justamente porque não sabia como estaria o trânsito. Aproveitei o trajeto pra me despedir da cidade, que já deixou muita saudade!

Emilia, amei seu relato! Obrigada por compartilhar conosco!

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