Quem acompanha um pouquinho do cenário da Broadway viu quantas peças legais e interessantes estrearem nos últimos tempos. Uma das que me deixou mais animada foi Beetlejuice, que estreou em março em Nova York. Tenho vagas lembranças sobre o personagem em um desenho animado, mas lembro que eu curtia e esse simples fato já foi suficiente para me deixar curiosa. Na realidade, o musical é baseado no filme de mesmo nome, Beetlejuice, de 1988. Foi esse filme que ajudou a estabelecer Tim Burton como um dos novos artistas mais exclusivos de Hollywood. Há algumas semanas, minha mãe esteve me visitando e decidimos ir assistir. Confesso: não sabia quase nada sobre o enredo, li rapidamente um resumo no flyer que é entregue quando chegamos ao teatro. E foi uma experiência ótima, pois amamos o musical. Como eu sei que os musicais mais novos despertam curiosidade, tô aqui para compartilhar minhas impressões com vocês.
Enredo
Primeiramente, acho que é interessante salientar que eu não assisti ao filme original – daí o motivo de eu não saber quase nada sobre o enredo, que é bem interessante. Eu diria que a história gira em torno de dois protagonistas: Lydia e Beetlejuice. Logo no começo, somos avisados pelo próprio Beetlejuice, fantasma charlatão, vigarista e mórbido, que o que vamos assistir se trata de um musical sobre a morte. Em seguida, somos apresentados a Adam e Barbara Maitland, que vivem numa casa grande e morrem um acidente. Depois de se darem conta de que estão mortos, eles conhecem Beetlejuice e aprendem um pouco mais da sua nova realidade, digamos assim. Não demora muito para a casa ser vendida para Charles, que se muda de Nova York para o local com a filha Lydia e a namorada Delia. Lydia é uma adolescente um tanto traumatizada pela morte da mãe. Ela não se conforma com a perda e, ao mesmo tempo, começa a se interessar bastante pelo tema morte. E Lydia é especial, já que ela consegue ver Adam, Barbara e Beetlejuice – que são invisíveis para o restante dos mortais. Bem, aqui vale lembrar que Adam e Barbara, apesar de não viverem mais na dimensão terrestre, não gostaram nada de ver uma nova família habitar a casa que era deles – o plano seria assombrar a casa para assustar os novos inquilinos. Plano esse que teria a ajuda de Lydia, que não estava feliz com a nova casa comprada com seu pai e queria voltar para Nova York. No meio disso tudo, ainda temos Beetlejuice e seu plano de voltar a ser humano – plano cujo sucesso depende de uma pessoa viva dizer o seu nome três vezes seguidas. Resumidamente, esse seria o enredo e qualquer coisas que eu contasse depois disso poderia ser considerado um spoiler, digamos assim.
Os destaques
Apesar de muitas piadas, Beetlejuice é, como frisado pelo próprio, um musical sobre a morte. Obviamente, tudo isso é contado de uma maneira, digamos, mais leve, com bastante humor e alguns sustos que uma história como essa merece. Mas, como envolve morte, envolve dor. É impossível não se solidarizar com Lydia, que não superou a morte precoce da mãe e sofre com sua ausência. A mãe é algo marcante na vida de um filho e perdê-la numa fase tão delicada e cheia de inseguranças que é a adolescência soma muito mais peso. Fiquei comovida com algumas canções de Lydia – são bastante doloridas. Vale destacar que a história mexe com muitos conceitos misteriosos, como a própria existência dos fantasmas e de um outro plano para onde vão os mortos. Tudo isso é abordado de uma forma muito intrigante. Outra fator que vale ser destacado é que, apesar do musical ser inspirado no filme, o roteiro foi adaptado e tem várias piadas com temas atuais – o que deixou o musical bem interessante. Além disso, não é uma história, digamos, óbvia. É um roteiro inusitado. O elenco, claro, também merece menção honrosa. Todos estão impecáveis em suas atuações, especialmente Delia, a “madrasta” de Lydia, e os fantasmas Adam e Barbara.
A produção
Como é uma peça com um toque de “terror”, há vários efeitos que dão pequenos sustos na audiência. A sincronia da mudança de cenário, coreografias e demais efeitos é perfeita, aquela coisa digna de Broadway, né? O destaque, para mim, fica por conta dos cenários, que nos transportam para a cena em questão de uma maneira bem fiel.
Alguns fatos sobre o musical
- Beetlejuice conta a mesma história do filme original. Mas, a versão de palco traz Lydia para o centro da história.
- A clássica cena do jantar (famosa no filme) está no musical, mas de uma maneira surpreendente.
- Alex Brightman, o astro da Escola de Rock, indicado ao Tony, interpreta Beetlejuice.
Conclusão
Fui assistir ao musical sem muitas expectativas e sem saber muita coisa sobre a história, mas me surpreendi com o que vi. É uma história não óbvia, não é previsível e eu amei o humor ácido – entender inglês facilita bastante nesse caso. Para quem não fala inglês, recomendo fortemente assistir ao filme antes para ter mais contexto. Honestamente, eu acho que Beetlejuice renderia uma ótima peça (sem ser musical).
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.