Viajar para outro país – ou até mesmo dentro de nosso próprio país – é mergulhar numa cultura muitas vezes completamente diferente da nossa, com valores diferentes e “regras sociais” diferentes. Acho que esse é um dos motivos pelos quais viajar é uma experiência tão enriquecedora – para que possamos perceber que não existem verdades absolutas e que aquilo que nos foi ensinado pode não ser o aceitável em outro lugar. Eu acredito que ter conhecimento dessas regrinhas sociais ajuda muito a melhorar a nossa experiência no local e, de quebra, evita gafes. Estive pensando a respeito e decidi listar algumas atitudes que podem ser consideradas politicamente incorretas em Nova York.
- Não pagar gorjetas – eu já escrevi um post aqui no blog explicando tudo sobre gorjetas – e você pode conferir aqui – e também um vídeo sobre o assunto – que você pode conferir aqui. Mas esse assunto sempre gera polêmica. As pessoas, no geral, não concordam com a prática, criticam, reclamam. A verdade é que, se analisarmos bem, não são os 15-20% de gorjeta que vão quebrar o orçamento da sua viagem. E pouco importa nossa opinião a respeito disso: é uma regra social pagar gorjeta nos Estados Unidos. Não, não é uma lei, mas é algo super deselegante – para não falar em desaforo – não deixar gorjeta. A verdade é uma só: você é quem está visitando a cidade – então você é quem deve se adaptar às regras do local que está visitando. Garçons e outros funcionários de restaurantes dependem da gorjeta como sustento. “Ah, mas não acho justo eu pagar o salário deles”. Lembre-se: não se trata do que é justo – aqui, as coisas funcionam assim. Provavelmente, pessoas de outros países também estranham vários costumes brasileiros. Vamos mudar por conta disso? Não. Então, não espere que o sistema de gorjetas mude por você. Preveja esses valores, aceite e torne a sua estadia mais leve. Quando você está na casa de alguém, você se adapta à rotina daquela casa, certo?
- Andar de carruagem – carruagens com cavalos são super comuns no Central Park – e esta é uma prática cercada de polêmicas na cidade. Arrisco dizer que são somente turistas que fazem esse tipo de passeio e talvez muitos não façam por não saberem o que rola nos bastidores. A verdade é que há ONGs que lutam há anos para erradicar a prática, alegando péssimas condições de cuidados com os cavalos, que ficam expostos ao clima e chegam a exaustão. Uma breve pesquisa no Google e você vai ver que há várias notícias de cavalos que simplesmente caíram por exaustão. Não sou a dona da verdade, mas achei que, com esse tópico, eu poderia fazer todo mundo refletir: será que sua viagem só vai ser legal se tiver um passeio de carruagem? Por que não fazer uma caminhada ou até mesmo andar de bicicleta para explorar o Central Park? Vale a reflexão.
- Subir num rooftop só pela foto – rooftops são bares nos terraços de prédios da cidade, e o o chamariz desses lugares é a vista privilegiada. São vários rooftops com vistas maravilhosas para a cidade – alguns não perdem em nada para observatórios pagos como o Top of the Rock ou o One World Trade Center. Porém, esses rooftops são bares, negócios – e não lugares turísticos. Não tem nada de errado você querer subir para apreciar a vista – mas é de bom senso que consuma alguma coisa – nem que seja um drink – enquanto estiver lá. Aliás, fotografias são lembranças maravilhosas, mas vale muito mais apreciar o momento do que fazer uma foto rápida só para dar check no roteiro da viagem.
- Fotos com flash em igrejas e museus – locais como museus, galerias de artes e igrejas costumam permitir fotografias no geral, mas costumam ter algumas restrições.Fique atento a placas indicativas de restrições sobre fotografias e uso de acessórios como self stick. Geralmente, não é permitido usar flash, pelo simples motivo de que essa luz deteriora obras de arte com o tempo. Para evitar desconforto com funcionários e seguranças e também não atrapalhar outros visitantes, não use flash nesses locais. Além disso, não atrapalhe alguém que está apreciando uma obra para fazer uma foto e, obviamente, tenha cuidado redobrado com self stick (vale para qualquer lugar, né?).
- Fazer fotos de estranhos – Nova York tem figuras exóticas – muito por conta da liberdade que existe aqui de você ser quem você quiser. É provável que você veja pelo menos uma pessoa que chame sua atenção: seja pelo estilo de se vestir, seja pela cor dos cabelos ou até mesmo pela atitude. Essa diversidade é maravilhosa! Agora, não quer dizer que essa pessoa seja domínio público – lembre-se, por mais bizarra que uma pessoa possa parecer, ela não é uma alegoria. Portanto, tenha cuidado com fotografias. Não faça fotos de pessoas sem pedir autorização. E não é porque todo mundo está fazendo que se torna correto. Vou dar um exemplo: há alguns dias, estava com minha irmã no Central Park e ela estava fazendo um ensaio fotográfico de uma menina que se veste em estilo pin-up, vintage. Ela chamava a atenção das pessoas por todos os locais que passava. Sempre – eu disse SEMPRE – havia alguém sacando o celular e a câmera para fotografá-la. Sem mentira, devem ter sido mais de 20 pessoas. Apenas uma pediu autorização. E não estou nem falando daquelas pessoas que fazem isso de longe – teve gente que chegou na frente dela, fotografou e não falou nada. Achei muito indelicado. Sem contar que a pessoa que está sendo fotografada não sabe das suas intenções e ela tem todo o direito de se sentir incomodada.
- Falar alto no metrô – na real, aqui eu diria para você observar a vibe – e isso vale para qualquer lugar. Se está num local silencioso, mantenha sua voz baixa – principalmente em igrejas. Mas, voltando ao metrô, em dias de semana, principalmente pela manhã e no final do dia, você vai observar que os vagões são bem silenciosos. Todo mundo concentrado, cansado, lendo ou ouvindo sua música. É, eu sei, você está feliz, está de férias, está empolgado – mas não são todas as pessoas que estão na mesma vibe. As pessoas costumam ficar bastante incomodadas com tom de voz alto em lugares silenciosos.
Gostaram do post? Não quero ser a chata nem a “ditadora” de regras, mas acho que são atitudes que devem ser repensadas.
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.
Realmente é muito feio a pessoa querer impor sua vontade estando visitando alguém ou lugar, temos que nos adaptar e aceitar a cultura. Adoro suas dicas.