Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
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As coisas chatinhas sobre o inverno em Nova York

O inverno começa oficialmente amanhã – mas só para marcar a data, porque as temperaturas baixas já chegaram em Nova York faz um tempo – inclusive até neve tivemos (e eu nunca tinha visto nevar assim em dezembro desde que vim morar aqui).  Talvez, pelo meu histórico de posts e vídeos aqui no blog falando sobre o inverno, vocês achem que eu não curto a estação. Vou me redimir: eu gosto, sim, do inverno em Nova York – mas o principal problema é a duração dele. O frio começa em outubro e vai até março/abril. Eu já falei de algumas verdades sobre o inverno na cidade neste post aqui e também neste vídeo aqui, mas hoje eu resolvi listar coisas chatinhas, rotineiras, da estação mais gelada do ano.

– O vento – o inverno em Nova York é bem rigoroso – e as temperaturas negativas sempre marcam presença. Eu nem passo mais frio hoje em dia, porque uso e abuso de roupas térmicas e também investi em casacos bons – já dei dicas de como se vestir aqui. Mas o problema é  vento… ah, o vento. O vento em Nova York é algo que dói até a alma. Não é sempre que está ventando enlouquecidamente, mas quando venta, sai de baixo. Parece que aquele ar gelado vai arrancar o pouco que sobra de pele exposta – no caso, o seu rostinho lindo. Eu acho que eu não reclamaria tanto do inverno se não ventasse.

– O nariz escorrendo – eu sei que você fez cara de nojinho, mas não adianta, precisamos falar a verdade. Você sai de casa toda bonitinha no inverno mas você dá dez passos e já está fungando. Não tem como, o nariz começa a sofrer e aí, meu bem, é um tal de pega lenço aqui, assoa o nariz ali. E esqueça a máxima de que “é feio assoar o nariz em público”. Em Nova York, tá todo mundo no mesmo barco – o que quer dizer que todo mundo assoa o nariz onde bem entender. E isso também quer dizer que você vai ouvir de tudo: dos mais discretos aos mais escandalosos.

– A saga de usar o celular na rua – você está lá andando toda quentinha, aí de repente precisa atender o telefone, checar o endereço de algum lugar, mandar uma mensagem. Ou você está toda linda na sua viagem, querendo fazer mil fotos e 3459595 snaps. Aí, precisa tirar a luva. “Vai ser rapidinho, você pensa”. Até que não sente mais seus dedos. Ok, ok, você pode resolvar isso com uma luva touch, mas é que eu ainda não criei vergonha na cara – e também porque amo as minhas luvinhas.

Choquinhos – com o aquecimento super forte nos locais fechados, acontece um fenômeno um tanto engraçado durante o inverno aqui – e que causa certos sustos no começo. Ao encostar em objetos metálicos – e até mesmo em pessoas – sentimos pequenos choques. O choque acontece quando produzimos energia eletrostática ao fazer qualquer movimento de atrito. Esta energia viaja pelas gotículas de água presentes no ar. O que acontece é que quando a temperatura cai, a humidade relativa do ar também cai bastante, principalmente por causa dos ambientes aquecidos. Isso significa menos gotículas de água no ar, e aí a energia não tem como viajar e se acumula, e aí, quando encostamos em algum condutor, como o metal ou uma pessoa, a descarga elétrica acontece e levamos choque! (explicação do blog Virei Canadense). Confesso que esses choques já me fizeram levar vários sustos.

– O metrô lotado – por mais frio que faça em Nova York, uma certeza você pode ter: você só sente o frio na rua mesmo, pois todos os lugares são aquecidos (alguns até demais). Uma coisa bem chatinha do inverno aqui é pegar o metrô lotado. Isso porque os trens são bem aquecidos e a primeira coisa que você vai fazer ao entrar é tirar o seu casacão e a sua touca. Mas e quando o metrô tá tão lotado que você não tem nem espaço para tirar o casaco? É tenso, meus amigos, é tenso… reze pra sua pressão não cair (ou tire o casaco antes).

– Os cabelos nos casacos – esse post é pessoal, então, eu compartilho as minhas experiências. Quando o inverno chega, eu vivo para manter os meus casacos limpos – leia-se: sem milhões de cabelos grudados. Fica o meu apelo para que todo mundo faça o mesmo, porque eu fico pra morrer quando tô numa fila ou tô no metrô e vejo aqueles casacos cheios de cabelos pendurados. A minha vontade é pedir licença e catar um por um. Sério, fico muito agoniada, hahahahahaha.

– A pele ressecada – no inverno, nossa pele sempre requer cuidados mais especiais ainda, certo? Eu tenho pele oleosa e nunca sofri com ressecamento no Brasil. Mas todo inverno em Nova York é uma saga. O aquecimento em casa é forte e aí a pele sofre pra caramba. A área do nariz fica avermelhada e a pele chega a descamar. O jeito é usar o umidificador dia e noite, para amenizar o problema. E até eu descobrir que tinha que usar o umidificador, meu rosto sofreu muito, senhor! Não sabia mais o que passar. Somado a isso, ainda temos as temperaturas congelantes na rua que, somadas ao vento, podem fazer o estrago no seu rosto (principalmente nos seus lábios). Aqui tem um vídeo com dicas de produtos para manter na bolsa.

– A neve acumulada – eu acho a neve uma coisa linda, fico toda boba quando neva a primeira vez, adoro ver os parques todos branquinhos e também adoro que a temperatura fica ok quando neva (ok significa zero ou 1 grau positivo). Mas só até aí. Andar nas calçadas e atravessar as ruas se torna uma tarefa muito complicada, porque a neve começa a derretar e vira, então, uma lama bem nojenta. Desculpa, gente, não tem como achar essa parte divertida.

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3 Comentários

  1. Oi, Laura! Obrigada pelas dicas! Elas me ajudaram demais aqui em Nyc. Uma coisa importante que eu não sabia era caminhar com passos curtos para não resvalar na calçada. Não sei se vc já nos deu esse “advice”… Apenas para colaborar com seu trabalho! Um beijão!

  2. Oi, Laura! Quando neva e as pessoas vão para o Central Park praticar slegding. Minha pergunta é : tem onde alugar? Obrigada e parabéns pelo.seu trabalho!

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