Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
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A vida em Nova York: sobre amizades, momentos e pessoas

No último fim de semana, a gente foi pra uma região na Pensilvânia para esquiar/fazer snowboarding. Ficamos numa casa em 12 pessoas – a maioria brasileiros, alguns latinos e um americano. Foram dois dias de agito, risadas, comilança e diversão. Depois, não sei por qual motivo, fiquei pensando e analisando como tínhamos chegado até ali. Sabem quando a gente pensa: e se eu não tivesse saído aquela noite e não tivesse encontrado tal pessoa? Pois é. E nós só estávamos ali porque a Ju, minha amiga, convidou a gente e nos apresentou toda a galerinha. Como eu conheci a Ju? Estava olhando um Instagram de dicas de Nova York, vi um comentário dela, fui no seu perfil, dei uma fuçada básica e ela começou a me seguir. Depois, ela me procurou no Face e me adicionou. Conversamos e logo já marcamos um café que virou um happy hour com os maridos. Hoje a Ju é uma das minhas melhores amigas aqui. 
Aí eu fiquei pensando como tudo isso é louco, né? Quer dizer, se eu não tivesse conversado com a Ju e tal, talvez não teria conhecido todas as pessoas bacanas que conheci no último fim de semana. E olha que só estou falando de uma das pessoas que conheci aqui. Qual o motivo dessa historinha? Permitir-se! Digo isso porque eu acredito que o meu jeito de fazer amigos mudou depois que eu vim morar em Nova York. Passei uns bons meses aqui mais sozinha – não fiquei deprimida, mas eu não estava feliz como estou hoje. Não tinha amigos – aliás, a primeira amiga que fiz aqui, um pouco depois que me mudei pra cá, foi a Analuisa. A gente se conheceu por causa dos maridos que trabalharam juntos, mas os planos mudaram em dois meses aqui e ela e o marido tiveram que ir embora pra São Francisco por motivos profissionais. Fiquei bem triste com a mudança da Ana, porque a gente se deu super bem. O que não quer dizer que ela não seja minha amiga hoje – trocamos áudios enormes sempre. 
E isso também não quer dizer que eu tenha esquecido das amigas que moram longe  (antes que role o ciúme, hehe). Tento manter uma frequência de bate-papo, porque são pessoas que, mesmo com essa mudança em minha vida, só ficaram distantes fisicamente. Ontem uma delas me mandou mensagem e conversamos mó tempão. Hoje mesmo fui num dos meus grupos pra dizer que estava com saudades. Vira e mexe, lembro de nossos momentos e dá um apertinho no coração. Mas o que me deixa feliz é saber que, mesmo existindo um intervalo de tempo entre as nossas atualizações, eu sinto que ainda estamos conectadas e isso é tão bom! Essa distância não foi nem impedimento para participarmos do nosso amigo secreto de fim de ano. Com a ajuda do Skype, deu pra manter nossa tradição. Mas, infelizmente, elas não podem estar aqui de corpo presente para aquele café da tarde, aquela jantinha de sábado, aquele rolêzinho básico pelas lojas… E isso faz muita, muita falta. 
Por muito tempo, meus contatos no telefone se restrigiram às amigas que não estavam aqui. Hoje, felizmente, esse quadro mudou bastante e me faz bem saber que em pouco mais de um ano aqui eu conheci tantas pessoas bacanas e que tomaram um lugar especial em minha vida. Confesso que ter um blog acabou me ajudando muito nisso. Descobri trabalhos de brasileiras aqui, chamei pra conversar e, de quebra, construí um networking interessante e ganhei amigas especiais. É muito bom poder ter quem convidar pra vir na sua casa jantar, é legal ser lembrada para um jantar de Natal, é excitante conseguir trabalhos diferentes, compartilhar ideias e fazer a diferença. E tudo isso eu consegui porque me permiti. Eu sou cara de pau, vou lá, escrevo e-mail, peço pra tomar um café. E também dou chance pro destino. Foi o que aconteceu quando a Carol, que mora em Washington DC, escreveu pra mim propondo vir pra NY e gravarmos vídeos juntas. O resultado? A gente se fala sempre e troca ideias, conselhos, micos e risadas. 
Se existem pessoas que não são legais? Claro que existem. Há pessoas cujos interesses não fecham com os seus, há pessoas que não querem interação, há pessoas que não tem boa índole. Mas, para compensar, existem tantas outras com bom coração e que podem agregar muito em nossas vidas. Brasileiros que vivem no exterior são ruins? Há puxadores de tapete sim, mas em qual lugar há, não é? E você vai viver se escondendo e se retraindo só por causa da experiencias que não foram legais? Tem tanta gente bacana lá fora e a vida é tão curta… Que bom que eu me permiti e pude conhecer tantas pessoas especiais.


3 Comentários

  1. Ahhhhh q linda amigaa! Amei o seu texto e vc descreveu exatamente o real sentimento da vida aqui fora. O grande segredo é abrir a cabeça e nao existir regras! E obrigada as redes sociais que toram a vida um pouco mais facil ne?? Obrigada pelo carinho e amizade que construimosss! 🙂

  2. Ahhh que linda. Me sinto tao amada lendo esse texto. Cada um tem o seu jeito de fazer amigos o que importa é o valor que eles tem na nossa vida. Te amo e fico feliz que voce esta feliz.

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