A Espanha sempre esteve na minha lista de lugares para visitar. Engraçado é que eu sempre pensei que conheceria Madri primeiro. Quando o Thiago falou que tinha férias para tirar obrigatoriamente até o fim do ano, pensamos em visitar minha irmã em Paris novamente (fazendo algum roteiro pela França). Aconteceu que ela já tinha uma viagem programada pro sul da Espanha e pensamos que seria bacana encontrá-la por lá, passando por mais cidades. Não lembro o porquê, mas decidimos começar a viagem por Barcelona e eu, que não tinha nenhuma expectativa a respeito da cidade, fiquei encantada. Foram três dias e meio super bem aproveitados. Barcelona é linda e charmosa e vou dividir com vocês todas as nossas dicas.
Antes de mais nada, preciso avisar que aquele ditado “casa de ferreiro, espeto de pau” aplica-se a essa viagem. Como decidimos tudo de última hora, sobrou pouco tempo para pesquisar a fundo sobre o destino. A amiga de uma amiga minha já morou em Barcelona e acabou compartilhando algumas dicas bem locais conosco. Também vi o vídeo da Julia Faria na cidade e ainda recebi muitas dicas de seguidoras, lá no Instagram. Apesar de não termos conseguido planejar tudo timtim por timtim, foi uma viagem maravilhosa. Barcelona, certamente, ganhou um lugar no meu coração.
Vou começar o relato falando do nosso hotel, o Hotel Jazz. Fica localizado numa área bem central e, sério, nossa estadia foi perfeita. Na realidade, tudo começou ainda quando reservamos o local: conseguimos uma tarifa ótima – €63 por noite – por conta de uma promoção de Black Friday. O quarto – com cama king – era super espaçoso, assim como o banheiro (com shampoo, condicionador, sabonete e secador de cabelo). A internet do hotel era excelente – o que é atípico, sabemos! Nossa diária não incluía o café da manhã – mas experimentamos um dia e era sensacional: um buffet super completo, com pães, bolos, iogurtes, frutas e frios. O Hotel Jazz fica próximo de duas estações de metrô e tem várias lojas e restaurantes pertinho. Voltaria a me hospedar lá sem dúvidas.
Chegamos em Barcelona numa segunda-feira, num vôo direto de Newark operado pela United. Pousamos no aeroporto por volta das 9 da manhã. Era a primeira semana de dezembro e fazia um frio mais chatinho pela manhã – por volta dos 4 graus – mas sempre esquentava, chegando à casa dos 13. A imigração foi tranquila e, depois que pegamos as malas, usamos o Aerobus para ir ao nosso hotel. O Aerobus é o shuttle oficial que conecta o aeroporto a alguns pontos da cidade. Você pode clicar aqui e conferir as rotas de ida e volta. Como o Hotel Jazz fica perto da Pl. Universitat, o ônibus seria vantajoso pra gente. Saímos da área de desembarque e nos dirigimos à área de partida do ônibus – aqui tem um vídeo mostrando como localizá-la. O bilhete custa €5,90 por pessoa, por trecho. Você pode comprar na máquina, com cartão de crédito, ou diretamente com o motorista, em cash (não aceitam notas maiores de €20). Há lugar para colocar as malas. O trajeto durou cerca de 25 minutos e dá para acompanhar qual é a próxima parada por um monitor.
Quando chegamos ao hotel, o relógio ainda não marcava nem 11 da manhã. Eu tinha ligado alguns dias antes para perguntar como funcionava o check-in adiantado – eu sabia que chegaríamos super cansados, afinal, Barcelona está 6 horas à frente de NY no fuso horário. Fui informada de que o check-in adiantado seria possível em caso de disponibilidade de quartos. Para o nosso alívio, havia quarto disponível quando chegamos e pudemos subir – sem pagar nada a mais por isso – tomar um banho e descansar. Por volta das 15 horas, com as baterias recarregadas, saímos para explorar a cidade.
Nossa primeira parada foi o La Boqueria, um mercado público da cidade. Além de restaurantes, há banquinhas para comprar frutas, carnes, doces, etc. Nem todo restaurante tem lugar para sentar – também não diria que é o lugar mais confortável para comer, mas enfim. Pedimos uma cerveja e um prato mesclado de frutos do mar no Bar Central. Estava gostoso, mas nada excepcional. Saímos do mercado pela La Rambla, uma rua super turística na cidade, com grande circulação de pessoas. Já tinha pesquisado sobre o local e sabia que deveríamos ficar ligados (há muito batedores de carteira na cidade) e também sabia que não é recomendado comer nada por ali. A rua é bem movimentada e também conta com muitas lojas.
Caminhando até o final da Las Ramblas a gente encontra o Monumento de Cristóvão Colombo, em homenagem à sua viagem às Américas. Neste ponto, não estávamos muito longe da praia, então, resolvemos caminhar até Barceloneta, praia famosa da cidade. Apesar do clima nesta época não ser o mais propício, muita gente estava por ali. É uma delícia apreciar o pôr do sol – a luz fica especialmente linda e a praia transmite uma sensação de paz. Adorei aquele lugar! Imagino o quão movimentado deve ser no verão…
Terminamos nosso primeiro dia em Barcelona comendo tapas, é claro! Para quem não está familiarizado, tapas são clássicos da culinária espanhola. Basicamente, acho que eu traduziria tapas como uma degustação de aperitivos. A ideia é pedir várias tapas para a mesa e dividir. Nossa escolha foi o Tapas 24 (tapas a partir de €3). O ambiente é super simples, há algumas mesas dentro e outras fora e as tapas são divinas! Pedimos vinho e cerveja para acompanhar e voltamos felizes para o hotel depois do nosso primeiro dia em Barcelona.
Começamos nosso segundo dia com a visita à Basílica da Sagrada Família. Projetada pelo famoso arquiteto Antonio Gaudí, sua construção iniciou-se em 1882 e – pasmem, eu não sabia disso – não terminou ainda! A previsão é que a obra seja concluída em 2026. A Basílica é, sem dúvidas, uma das coisas mais impressionantes que já vi na vida. A riqueza de detalhes e significados é impressionante – e o toque de Gaudí é único. Minhas dicas são: compre seu ingresso pela internet, antecipadamente e, de preferência, escolha um dos primeiros horários – o ingresso custa €15. Soube que as filas para comprar na hora podem ser gigantes. Inclua, com seu ingresso, o aluguel do áudio-guia (tem em português) – €22 ingresso + áudio-guia. Foi essencial para nos ajudar aproveitar e aprender mais sobre a Basílica. No total, creio que levamos cerca de uma hora lá. Ah, recomendo passar também pela Plaza de Gaudí – é o lugar perfeito para fazer uma foto com a Basílica ao fundo.
Aqui, vale fazer uma observação: fomos de metrô até a Basílica. Dava para ir caminhando, mas, como estávamos atrasados, usamos o metrô. Barcelona tem um sistema bacana de metrô. Você pode comprar um bilhete único por €2,15 e também um pacote com 10 por €9,95 – acabamos comprando esse, porque compensava pra gente. Também há pacotes para 2, 3, 4 ou 5 dias. Vale lembrar que os bilhetes também valem para ônibus e eles fazem conexão – se você sair do ônibus e ir para o metrô ou vice-versa, ele não vai descontar duas vezes.
Depois que terminamos nossa visita à Basílica, fomos caminhando até a Casa Milà e à Casa Batlló, outras duas obras assinadas por Gaudí. Não foi uma longa caminhada e, de quebra, passamos por váras ruas charmosas. É possível entrar e conhecer as duas casas, mas acabamos só apreciando elas por fora. A casa Batlló, inclusive, inspirou o cenário do Castelo Rá-Tim-Bum, sabiam? Queria ter voltado lá depois para conferir por dentro, mas, acabou não dando tempo. À essa altura, já estávamos com fome, e fomos, também caminhando, até o restaurante que elegemos naquele dia, o Restaurante Envalira, para comer, claro, paella! Pedimos a tradicional e a de arroz negro. Custaram, em média, €14 cada, e as porções eram muito bem servidas. Provavelmente, uma só teria sido suficiente pra gente.
Pegamos o metrô e seguimos para Montjuic. É uma montanha em Barcelona e lá no topo tem um castelo (era um forte militar). Para chegar lá, paramos na linha Parallel e pegaríamos o Funicular. Porém, ele não estava funcionando, e seguimos as instruções de pegar um ônibus do lado de fora da estação, que nos deixou pertinho do Teleferico de Barcelona. Pagamos €12,50 por pessoa (subida e descida). A bilheteria do castelo estava fechada, então, não entramos. Sinceramente, se não for entrar no castelo, nem desça do Teleférico. Não encontramos nenhum mirante lá em cima e andamos à toa. Mas o teleférico valeu muito a pena. A vista da cidade é sensacional. Descemos e pegamos um ônibus para ir até o Museu Nacional d’Art de Catalunya (que tem uma arquitetura incrível) e também aproveitar para ver a Magic Fountain of Montjuïc, na mesma área. De lá, você tem uma vista bem legal para a avenida e a Plaça d’Espanya. A Magic Fountain of Montjuic tem show de águas dançantes. Dizem que é lindo – mas, infelizmente, não consegui conferir, já que nesta época do ano eles rolam apenas quintas e sextas (não estaria lá). Para ver o calendário, basta clicar aqui.
Nosso último compromisso da noite era um jogo do Barcelona! Logo que marcamos a viagem, Thiago já pesquisou a respeito e viu que rolaria uma partida pela Champions League na cidade. Era Barcelona contra o Sporting de Lisboa. Foi a minha primeira vez num jogo de futebol, acreditam? Incrível! Chegamos lá de ônibus mesmo e achei tudo muito organizado. Acabamos saindo um pouquinho antes de acabar para evitar a multidão.
O terceiro dia em Barcelona começou cedo. Minha irmã tinha sugerido que fôssemos até Montserrat, uma montanha que fica fora da cidade. Como tínhamos pouco tempo na cidade, descartei tal passeio e nem dei muita importância. Quando cheguei e pedi dicas no Instagram do que fazer, muita gente reforçou a dica da minha irmã e aí ficamos convencidos e planejamos nossa ida pra lá. Montserrat é um grande maciço rochoso localizado a 50 quilômetros de Barcelona. Nele está o Monasterio de Montserrat. Montserrat é um ponto de referência muito importante na cultura da Catalunha e é chamada da muntanya sagrada, a montanha sagrada. É um lugar reverenciado e com significado especial para a Catalunha e para muitos catalães. Tirei essa explicação do blog Passaporte BCN, que tem um post super completo sobre o local e que foi muito útil pra gente. Para chegar até Montserrat, você vai de trem, que sai da Plaça d’Espanya. Não foi difícil: seguimos as placas na estação e chegamos à máquina onde se compram os tickets. Já dá para escolher o pacote completo. Explico: o trem vai até o pé da montanha, digamos assim. Para subir a montanha, você pode usar o trem cremalheira ou o teleférico. Escolhemos o trem cremalheira e já compramos tudo nesta máquina (cerca de €26 por pessoa, ida e volta). Recomendo muito ler o artigo completo do Passaporte BCN, pois eles explicam tudo detalhadamente. O passeio foi incrível. A subida até a montanha nos deixou sem palavras. Lá em cima, você pode visitar a igreja, museus, fazer trilhas. Há dois funiculares (uma espécie de trem que sobe ladeira acima) que proporcionam passeios com vistas incríveis. Não passamos o dia todo lá porque tínhamos uma programação para esse dia, mas há muito o que ser visto! Ainda almoçamos no restaurante do terraço, que possui um buffet livre incrível e que custa €15 por pessoa (com bebidas (cerveja e vinho à vontade) e sobremesa incluídos!).
O motivo pelo qual não passamos o dia todo em Montserrat foi a visita ao Parc Guell, outra obra incrível assinada por Gaudí, um cartão-postal de Barcelona. Compramos o ingresso pela internet – e tem hora marcada (é possível entrar até 30 minutos após o horário). Custou €7 por pessoa. O Parc Guell seria um condomínio fechado e hoje é um parque. Apesar de ser um lugar lindo, eu confesso que fiquei um pouco decepcionada com o parque. Achei pequeno e também estava lotado. Não me arrependi de ter ido, mas eu esperava mais, sabem? Nossa última noite em Barcelona foi comendo tapas, claro. Encontramos um casal de amigos brasileiros que vivem na cidade e eles nos levaram ao Ciudad Condal. Tem um ambiente incrível, está sempre lotado e as tapas são deliciosas.
Na quinta-feira, tivemos um dia mais light. Fomos a uma lavanderia (nossa viagem teria 13 dias no total, então, foi necessário) e também aproveitei para dar uma explorada na Zara e suas irmãs – Bershka e Stradivarius, que têm preços bem melhores. Até mesmo a Zara é mais barata na Europa do que nos Estados Unidos. Mais tarde, na hora do almoço, procurando por uma opção mais saudável, encontramos o restaurante Teresa Carles, com cozinha vegetariana e vegana e foi uma grata surpresa. O ambiente era super fofo e o almoço com entrada, prato e sobremesa custou €13 por pessoa. Tem muita opção e os pratos estavam deliciosos! Quando saímos, havia uma fila de gente esperando para almoçar ali. Voltamos ao hotel e ficamos na recepção matando tempo até chegar a hora de ir ao aeroporto. Usamos novamente o serviço do Aerobus – já que os ônibus saem a cada 5 minutos da Plaça Catalunya, bem perto do nosso hotel.
Minha avaliação final? Amei Barcelona. A cidade me encantou e me deixou com gostinho de quero-mais. Lembro com saudades dos nossos dias por lá. Quem sabe um dia a gente volta…
No mapa abaixo, vocês conferem todos os pontos citados no post (e mais alguns extras). Aguardem que teremos roteiro do sul da Espanha também!
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.
Lindos!! <3
Volte simmm, e vá no verão!!
A cidade fica ainda mais incrível, e com os dias longos, você consegue aproveitar muito mais!!
Precisa voltar pra ir no 4gats e pra beber muita sangria ?
Olá Laura. Que guia tão completo. Isto fez-me lembrar quando fui pela primeira vez a Barcelona assistir a um jogo do time local. Fui com uns amigos e fizemos a visita ao estádio e museu https://www.livingtours.com/pt/viagens/passeios/visitas-estadio-barcelona , foi impressionante.
Em 2018 voltei com a minha mulher e dessa vez visitamos mais monumentos e fizemos algumas compras locais. Tenciono voltar lá em 2020 com o meu filho para lhe mostrar a cidade.
Vou continuar a seguir o seu blog até lá, Adam.