O Diário de Viagem é uma seção que traz relatos de leitores do blog. Nesses relatos, eles contam como foi a viagem a Nova York, o que mais gostaram de fazer, o que não gostaram, dividem dicas, enfim: um diário mesmo. O convidada de hoje é a Thania Rebelo . Ela passou 9 dias, em outubro de 2018. Para conferir mais relatos, clique aqui.
Minha primeira estada em Nova York foi no ano de 2012, sozinha. Amei a cidade e sonhava em voltar, o que aconteceu seis anos depois, acompanhada, dessa vez, de marido e filha que, à época, estava com 2 anos e 10 meses! Entre setembro e outubro de 2018, fizemos uma viagem em família para os EUA. Passamos os primeiros 12 dias da viagem em Orlando, onde estivemos com meu irmão e sua família, antes de seguirmos para Nova York, onde ficamos por mais 9 dias.
Eu e meu marido somos muito fãs de Eric Clapton. Então, quando vimos que ele se apresentaria no Madison Square Garden na época que estaríamos nos EUA, sabíamos que tínhamos que incluir Nova York na viagem. Alteramos algumas datas, confirmamos a possibilidade de levarmos nossa filha e compramos os ingressos.
A escolha do hotel se deu principalmente em razão do show, afinal tinha criança na parada. Chegaríamos no aeroporto JFK em NY por volta das 14h e o show estava marcado para as 19h. Tínhamos pouco tempo disponível e uma criança que, provavelmente, estaria cansada da viagem (o que pode ser uma bomba-relógio! rsrs). Após muita pesquisa e muita, muita dúvida, acabamos por escolher pela opção mais cômoda, o tão falado “Hotel Pennsylvania”. Eu sei, eu sei, a fama dele corre o mundo. Porém, ele está localizado exatamente em frente ao MSG. Era a melhor localização para nós.
Tomei o cuidado de escolher um dos quartos PEN500, que são um pouco mais caros, porém com melhor fama. E correu tudo muito bem! Não pegamos nenhuma fila no check-in, fomos bem recepcionados. O único porém foi que, na primeira noite, nos colocaram em um quarto inferior ao que havíamos reservado, com apenas uma cama (mas era king, então dormimos os três confortavelmente), mas no dia seguinte já conseguimos ser transferidos para outro quarto.
Não tivemos mais nenhum problema com o hotel, o quarto era confortável e, amplo. E, o principal, facilitou muito nossa noite de glória assistindo nosso ídolo musical ao vivo! Nossa filha também aproveitou muito o show, nota dez na parceria! Ao final, depois de três horas de show, várias pessoas, que estavam sentadas próximas a nós, nos deram o parabéns pelo comportamento dela, dizendo “she is a ranger”!! rsrsrs Ela viria a se mostrar muito mais guerreira durante a viagem! rsrs Não deixamos de fazer nenhum programa em razão dela, mas acho que isso se deu muito por conta do tempo que tínhamos disponível na cidade (9 dias) e porque eu já conhecia os principais pontos turísticos. Voltávamos ao hotel, em geral, não muito tarde.
Esse foi nosso roteiro, começando pelo dia seguinte à chegada:
Dia 1
Como o dia anterior tinha sido bastante cansativo, com avião, check-in, show de rock, dormimos “até acordar”! Saímos do hotel já por volta do meio-dia, almoçamos no Hard Rock (adoramos e vamos em todo lugar que visitamos) e dedicamos a tarde toda a explorar o Central Park, sem pressa. Passeamos, visitamos o Zoo e, ao final, ficamos mais de hora no parquinho próximo ao zoológico, onde Laura brincou muito com outras crianças. Em toda a viagem, incluímos programas para ela também. Ao montar o roteiro, busquei parquinhos e praças para incluir no caminho. Na volta, exploramos a Times Square antes de retornarmos ao hotel.
Dia 2
Ao sairmos do hotel, fomos surpreendidos com a mudança climática. Se no dia anterior o clima estava super agradável, neste o frio estava cortante e o céu nublado. Fomos explorar o High Line, Chelsea Market, West Village, Washington Square. Laura adorou correr pelo High Line e brincar no parquinho da Washington Square. Enquanto andávamos pelo West Village, ela dormiu no carrinho, o que nos permitiu até fazer uma parada em um pub super charmoso que encontramos pelo caminho e tomar uma cerveja!
Nesse dia, a alimentação dela passou a ser um problema. Desde a chegada, ela recusava toda comida que oferecíamos … estranhou o tempero. Nem da banana ela gostou. E não encontravamos leite ninho em nenhum local (entramos em mais de 20 estabelecimentos, entre farmácias e mercados). E a nossa lata acabou naquela noite. Voltamos a pé para o hotel, já à noite.
Dia 3
Pela manhã, meu marido teve a missão de se dirigir à Little Brazil em busca do Leite Ninho. Voltou com o leite, biscoito de polvilho, outras coisinhas brasileiras e a descoberta de um restaurante brasileiro, mas ele sempre estava muito fora do nosso caminho. Novamente saímos do hotel por volta de 11h e o dia foi dedicado ao Museu de História Natural. Para criança, é um museu interessantíssimo! Na saída, já no final do dia, exploramos mais um pouco o Central Park e voltamos andando para o hotel. No caminho, passamos por um Whole Foods e compramos algumas coisinhas, mas nem a comida de lá a minha filha encarou.
Dia 4
O tempo abriu de novo e seguimos para a Brooklyn Bridge. Foi um dia inteiro de passeios maravilhosos. Atravessamos a ponte andando. Do outro lado, já no Brooklyn, comemos em um restaurante de comida italiana indicado no Tripadvisor e não nos arrependemos. Laura finalmente se esbaldou na comilança! Foi ótimo!
Tomamos sorvete. Laura deu quantas voltas quis no Jane’s Carroussel, divertiu-se jogando pedrinhas na margem do Rio Hudson, esbaldou-se em um parquinho. Em seguida, tomamos o ferry em direção à Brooklyn Brewery, descendo na parada North Williamsburg. Dali, rumamos à cervejaria, que fica muito próximo. E que delícia de lugar! A equipe super atenciosa com nossa filha, ela brincou à vontade no local e nós provamos todas as cervejas que queríamos. Com responsabilidade, claro, afinal tinha uma criança junto!! rsrsrs
Dia 5
Apesar do clima agradável no dia anterior, Laura teve uma febre que perdurou a noite toda e, para ajudar, amanheceu chovendo novamente. Pela manhã, a febre já tinha cedido, mas achamos melhor mudar nossa programação para o dia e fomos para o Children’s Museum of Manhattan, onde passamos o dia todo, literalmente. Esse local já estava no nosso roteiro, então só alteramos o dia que pretendíamos ir até lá.
Não é exatamente um museu, e sim um prédio de 4 andares dedicado exclusivamente às crianças. Tem espaço para pintura, para colagem, um andar dedicado a simuladores de profissões, outro para peças de montar, outro representa a Casa da Dora Aventureira, e mais um com uma espécie de pista de dança, com araras repletas de fantasias e adereços. A criançada adora! O dia foi todo dedicado àquele local e à diversão del e como chovia muito, foi super válido!
Saindo de lá, fomos para o restaurante brasileiro, pois a cria precisava se alimentar direito. A carinha dela quando viu aqueles pratos com arroz branquinho, feijão, filé de frango, suco de laranja natural, não tem preço! Ela comia arroz puro com a boca mais apetitosa do mundo! Comeu muito, muito mesmo! A partir dali, todo dia fazíamos uma refeição por lá ou meu marido buscava uma marmita para comer no hotel!
Dia 6
Nosso destino foi o One World Observatory. O tempo abriu, mas o vento estava forte. Pegamos um tempo até curto de fila para subirmos (adquirimos o city pass, o que encurtou a fila) e, uma vez lá em cima, uauuuu! Que vista! Ficamos mais tempo que o imaginado por lá, então, após descermos, não tivemos muito tempo para explorar a região. Mas conseguimos conferir o Charging Bull e a Fearless Girl (que, à época, ainda se encontrava em frente ao touro).
Dia 7
Mais um dia que amanheceu chovendo. E o que seria mais perfeito para um dia assim? Museu, claro. Nosso destino era o Metropolitan Museum, porém optamos por pegar o metrô até uma estação próxima ao Strawberry Field para fotos, claro. Atravessamos o parque para chegar ao MET, mas quem liga de passear pelo Central Park? E para quem acha que criança não vai gostar do MET, digo que Laura se divertiu tirando fotos das bundas de todas as esculturas romanas que encontrou! rsrs Ela achou engraçadíssimo! Também ajudou termos comprado, na véspera, uma coleção de miniaturas da Pepa Pig e seus amigos, ela ficou o dia todo entretida com os brinquedos novos!
Jantamos no Emporium Brasil Restaurant de novo. De lá, com a barriguinha satisfeita e, consequentemente, ótimo humor, ela ainda encarou a subida ao Top of the Rock numa boa!
Dia 8
O tempo estava novamente aberto, céu azul! Gostamos tanto do Brooklyn que repetimos a dose! Mas dessa vez, pegamos o metrô direto para o bairro. Laura aproveitou mais um pouco do carrossel e depois fomos explorar o bairro. Era domingo e encontramos uma rua fechada com várias atrações para crianças. Tinha estande para as crianças brincarem com tinta, estande de pintura de rosto, balões. Foi bem divertido e uma experiência bem local. Andamos o dia todo por lá!
Dia 9
Dia da volta, porém só iríamos para o aeroporto às 16h. Então, fizemos o check-out, guardamos as malas no próprio hotel e saímos para almoçar no Hard Rock mais uma vez. Depois, como ainda tínhamos umas horinhas e uma atração no city pass, demos uma chance ao Madame Tusssauds, que me surpreendeu positivamente. Nunca tive interesse em visitar um museu de cera em outras viagens que fiz (e não iria só porque todo mundo dizia que era legal), mas dessa vez foi conveniente e achei bem divertido!
Chegamos ao fim. E o que tenho a dizer sobre a experiência de ir a NY com uma criança de 2 anos? Bom, admito que NY, por vezes, foi bastante estressante para ela, especialmente nas áreas mais movimentadas. Imagine-se você andando entre uma multidão, em meio a muito barulho e fumaça e com apenas uns 50 e poucos centímetros de altura? Você só enxerga bundas e pernas! Consigo entender o estresse dela ao andar pela Times Square, pela 5ª Avenida e entornos. E também consigo entender o estranhamento com a comida … Depois que resolvemos essa questão, inclusive, com a comida brasileira, ela virou outra criança e a viagem foi bem mais divertida.
Mas tenho certeza que ela super curtiu o Central Park, o Brooklyn, o High Line e muitos outros passeios. E nós também. Curtimos muito a cidade!
Então, entre ir com uma criança de 2 anos e não ir, eu com certeza faço a primeira opção! Não deixaria de ir por isso. Mas é preciso ajustar as expectativas antes, de forma a levar em conta no roteiro os interesses do pequeno também, e, principalmente, seus limites. Não queira forçar demais a barra para conhecer tudo, senão as cenas de birra e estresse serão inevitáveis.
O que eu faria diferente? Teria pensado em mudar de hotel no dia seguinte ao show, para outro em uma região mais sossegada, assim evitaria de acordar já dentro da muvuca! Apenas isso, de resto, nossa viagem foi incrível! Tão incrível que, seis meses depois, voltei a NY, porém com uma amiga, o que foi outra experiência, bem diferente! Mas essa história fica pra outra vez!
Se você quiser participar, envie seu relato para análise para laura@lauraperuchi.com COM FOTOS, seu nome completo e cidade/estado. LEMBRE-SE que é preciso ser detalhista. Não precisa escrever um livro, mas seu relato tem que ser informativo!
Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.
