by : Laura Peruchi
Esta é uma daquelas semanas nostálgicas. Faltam pouco menos de 15 dias para eu ir para o Brasil – fico lá durante setembro, o nosso casamento tá chegando! – e não sei se é o fato de a data do vôo estar se aproximando ou o que, mas a saudade tem sido uma palavra super presente nos meus últimos dias. Aquele aperto no peito que envolve a distância e as despedidas me perseguiu.
Como já estou na TPM – e nem pago imposto pra chorar – dá pra imaginar como a pessoa anda sensível, né? De repente, noite dessas, deitada na cama, naqueles momentos antes de pegarmos no sono, pensei na minha mãe. Lembrei dela, do seu sorriso, das nossas conversas… e aí o coração apertou. Não que a gente não converse – ainda bem que existe Skype! – mas vocês sabem do que estou falando. É de estar perto, de tomar aquele café, sair para ver as lojas – coisa que a gente adora fazer quando estamos juntas – de dividir ideias, jogar papo fora, filosofar. Depois, estava olhando as mensagens enviadas ao meu pai: “pai, tá tudo bem”, “pai, entrem no Skye”, “pai, amo vocês”, “pai, querem ver neve ao vivo?”. Novamente, a dorzinha deu uma fisgada no peito.
Eu sempre fui uma pessoa muito família, que curtia demais ficar embaixo da asa dos meus pais, passar o fim de semana na casa deles, sentir aquele gostinho inconfundível de estar em casa. É por isso que essa mudança de país é um desafio a ser vencido todos os dias por mim. Porque a gente precisa aceitar que não vai encontrar a família todo fim de semana – a distância que nos separa não envolve mais uma viagem de ônibus de duas horas. E você precisa trabalhar isso na sua mente, entender que as visitas passarão a ser semestrais ou anuais – e não mais semanais ou quinzenais.
E qual a regra para fazer o coração se aquietar e entender que é preciso tempo e paciência para ele encontrar aquele conforto ao lado dessas pessoas que vão fazer parte da sua vida pra sempre? Não é fácil. Eu procuro mergulhar na minha vida aqui – nunca esquecendo deles lá – mas sempre mantendo a mente ocupada. Porque o sofrimento também é uma escolha nossa, né? Quero dizer que de nada adianta eu remoer a distância e os meses sem encontrá-los. Isso só piora a angústia que tá quietinha no seu peito. Só que de vez em quando o coração chega no limite e transborda, de tão apertadinho. Daí às vezes eu choro, boto tudo pra fora e depois vem aquela calmaria. Porque lá no fundo eu sei que o mais bacana da minha relação com meus pais é ter a certeza de que o amor que existe entre a gente é do tipo infinito – não importa onde eu esteja, se eu estiver feliz, eles vão estar felizes por mim – mais ou menos assim, né? E saber que eles me apoiam nos meus sonhos me dá ânimo pra continuar.
Mas e por que bater nesta tecla agora? Sei lá. Porque eu chorei vendo um episódio de Brothers & Sisters em que o filho caçula se despede da mãe no aeroporto porque está indo para o Iraque em uma missão. E lembrei que o meu mês no Brasil vai ser incrível, eu vou matar a saudade de todo mundo, aproveitar um monte, casar… E, por mais que o coração se acostume com a saudade e aprenda a lidar com ela, eu vou ter que passar pelo momento da despedida e voltar pra minha casa, que agora é aqui em NY. E vai doer, eu vou chorar, vou sofrer… É, eu sei, eu sofro por antecipação. Entretanto, a gente aprende e se fortalece cada vez mais. Afinal, quem eu seria se desistisse dos meus sonhos por não saber lidar com a disância? Tudo na vida tem um preço. Minha mãe sempre disse que os filhos são do mundo, então, farei fazer valer seu lema te dando muito orgulho, viu.
Como disse a Jana Rosa num texto essa semana – eu falei que o assunto me perseguiu, né? – “eu não vou ser mulher o suficiente pra aguentar um pouco o choro e entender que nem sempre todos os seres humanos que eu amo vão estar coladinhos em mim, satisfazendo meu egoísmo sentimental manipulador canceriano?” (sim, sou canceriana também, o que já piora drasticamente o nível de sensibilidade da pessoa). Porque a vida é isso mesmo, é feita de escolhas, de abrir mão de algumas coisas para ter outras, e esta foi a minha escolha. E como disse Amanda Mormito, uma amiga virtual querida, ter paciência com nós mesmas é fundamental. Estando em NY ou qualquer outro lugar, vai ser sempre assim. E aquele sentimento de loucura, que invade o peito por estar fora no mundo é o que faz tudo valer a pena. Sábias palavras.
Tô chegando!
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.
Lindo desabafo. Não deve ser mesmo fácil ficar longe, mas tem todo o lado positivo que você comentou, morar em NY é um sonho.
E está chegando… Estou ansiosa para vê-la linda e radiante de vestido branco. 😉
Um dia por vez e paciência com vc mesma. Que seja seu mantra. Felicidades.