Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
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Não faça na internet o que você não faria na vida real

Faz tempo que queria falar sobre esse assunto,  mas acabava deixando pra depois ou faltava inspiração. Enfim, cá estou. Na realidade, um acontecimento essa semana me fez refletir mais ainda sobre isso. Noite dessas, surgiram dois comentários em vídeos no meu canal no Youtube. No vídeo onde divulgo meu serviço de Personal Beauty Shopper,  a menina debochou da minha cara e rindo perguntou quem eu achava que era. No vídeo em que mostro meu apartamento, ela falou do valor do aluguel, sugerindo que o imóvel tinha um valor absurdo só pela localização. Não vou negar que fiquei bem chateada com os comentários, principalmente aquele em que ela usa de arrogância pra rir da minha cara, julgando-me com preconceitos.
Comecei a refletir sobre isso e me peguei pensando… Quem essa menina pensa que é para chegar e comentar desse jeito? Criticar meu serviço sem ao menos me conhecer? O que ela tem a ver como valor que eu pago no aluguel do apartamento? É ela que paga as minhas contas? Não. Daí eu lembrei daquilo que eu já tinha concluído há muito tempo. A internet virou terra sem lei.
É claro que uso essa frase para explicar de um jeito simples o que esse meio se tornou. Fico abismada – e às vezes horrorizada – ao ver como as pessoas se tornam corajosas escondidas atrás de uma tela de computador. Veja bem, não estou aqui pra dizer que o mundo é feito de comentários positivos, elogios e rasgação de seda. Tô falando é da falta de escrúpulos das pessoas nas redes sociais. São ofensas e comentários que usam de arrogância e baixaria. Parece que vale a regra do latir mais alto. O Youtube e o Instagram estão aí para provar o que digo. Ninguém mais tem papas na língua. Ninguém sabe fazer críticas constrututivas, falar sua opinião sem ofender. Não. Não vejo ninguém se colocando no lugar do outro e pensando duas vezes antes de escrever alguma coisa. Afinal, é internet, né? Com um smartphone ou um computador fica fácil adquirir coragem e sair falando besteiras. Se é um look, a menina tá ridícula. Se não está nos padrões estéticos, é gorda – ou então, vários fazem questão de apontar a celulite, o culote, o nariz, o dente amarelo. Se usa tal marca, quer ostentar.  Se estuda fora, tá se achando. Enfim, procurar defeito virou o passatempo predileto nos tempos de redes sociais. Só não entendo esse sadomasoquismo constante de acompanhar aquilo que não te agrada. Sim, sadomasoquismo – só pode gostar de sofrer quem fica acompanhando aquilo que você não gosta ou com o qual não concorda. Não curte? Não segue. Simples. Quer criticar? Faça, mas com respeito e bom senso. Queria saber se ia rolar toda essa sinceridade cara a cara. A tela do celular ou do computador virou um escudo.
Isso que nem caímos no mérito das eleições. Todos defendendo seus candidatos veemente – na maioria das vezes, à base de ofensas gratuitas e baixaria. Ninguém respeita a opinião de ninguém e julgam o outro baseado em sua escolha política. Entrei em algumas discussões nesta semana – isso que nem levantei bandeira partidária – e olha, fiquei mal. Fiquei mal ao ver tanta arrogância, tanta falta de respeito, tanta gente querendo apenas vomitar sua opinião e sair gritando na cara de quem não concorda. Sem contar ainda na quantidade de gente que só sai compartilhando o que vê por aí sem ao menos checar a fonte. Ou que só repete o que a maioria diz porque é cool ou conviniente. 
Quando perdemos o respeito? Quando passamos a achar que só por estarmos num smartphone ou computador podemos falar o que vem à cabeça sem se importar a respeito de quem será atingido por aquilo que escrevemos? E se fosse com você? E se fosse você o alvo de chacotas e ofensas? Na vida – e na internet – vale sempre aquela velha história de se colocar no lugar do outro. Não se trata de uma questão de liberdade de expressão ou de ditadura – é uma questão de respeito e educação, de lembrar que seus limites acabam onde começam os limites do outro.  Sejamos menos egoístas. 
Mais amor, por favor! 
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