Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
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Visto para os EUA: guia básico de modalidades e informações

Este é um assunto que sempre gera muitas dúvidas e já recebi vários emails e comentários de pessoas perguntando como imigrar para os Estados Unidos. Tô há um tempo ensaiando escrever este post e, enfim, cá estou. A questão é que existem vários tipos de vistos para permanência (menor ou maior) na terra do Tio Sam – praticamente o alfabeto inteiro. Resolvi enumerar os mais comuns e dar um panorama geral sobre cada um deles.

Visto B1

É o visto mais comum, o de turismo e negócios, aquele que você tira para vir pra cá a passeio, lazer ou negócios – reuniões, congressos, enfim, para esta finalidade. Geralmente, se tudo correr bem em sua entevista, o consulado emite esse visto com validade de dez anos. O que isso significa? Que você só vai precisar renová-lo daqui a dez anos, mas não que pode permanecer em solo americano por todo esse tempo. Quando você passa pela imigração ao chegar aqui, seu passaporte será carimbado e você pode ficar até três meses aqui – podendo renovar a estadia por mais três meses. Este visto não permite que você trabalhe – isto porque para trabalhar aqui, fichado, você precisa de um Social Security Number, que só é emitido para alguns tipos específicos de visto. O visto de turista permite que você estude – apenas em cursos com até 18 horas semanais. Mais do que isso, você precisa ter um visto de estudante. O procedimento para tirar o visto de turismo é relativamente fácil – mas chatinho. Você tem que preencher a DS 160 no site do consulado americano e depois marcar um dia para colher suas digitais e fazer fotografia e mais um dia para a entrevista no consulado. Para mais informações, sugiro conferir este link do G1, que está bem claro e explicativo.

Visto F1

Se você pretende estudar aqui – e seu curso tem uma carga horária maior que 18 horas semanais (vale para cursos de inglês, faculdade, MBA, etc) – é preciso tirar um visto de estudante. Para solicitar este visto, você tem que estar matriculado em alguma instituição de ensino aqui que seja autorizada pelo governo dos Estados Unidos a aceitar estudantes estrangeiros – sim, nem todas são. Além disso, precisa provar que tem recursos econômicos para se manter aqui durante todo o período das aulas e também uma residência fixa durante a permanência. Assim, o primeiro passo é fazer a matrícula na escola – é preciso checar as exigências de cada uma, uma agência especializada pode te ajudar nesses casos. Com a matrícula feita, a escola emite o I20, um documento gerado pelo SEVIS – Student and Exchange Visitor Information System – usado para solicitar o visto ao consulado. Depois que a escola emitir este documento, ela vai informar sobre a sua frequência ao SEVIS para confirmar que você está indo às aulas. Ou seja, faltas sem justificativa podem fazer com que você perca seu visto. Quem vem fazer carreira acadêmica aqui pode também conseguir uma autorição de trabalho – conhecida como OPT, que é concedido por um máximo de 12 meses após a conclusão do curso.

Visto L1

É o visto de transferência dentro da mesma empresa multinacional. Ou seja, se você é funcionário de uma empresa que tem filial ou matriz nos EUA, pode vir pra cá com este visto. Para conseguir este visto, é preciso justificar o porquê de tal funcionário precisar ser transferido para cá. Qualquer organização que desenvolve negócios nos Estados Unidos, pode patrocinar um visto L1, desde que o candidato se qualifique e que a organização patrocinadora continue a sua função de fazer negócios fora dos Estados Unidos durante todo o período em que este aplicante estiver sob o visto L1. Há algumas restrições: o empregado deve estar trabalhando na empresa por pelo menos 1 ano contínuo antes de solicitar a transferência. Lembre-se que este visto não garante estadia aqui: uma vez que a empresa te demite – ou que você pede demissão, você perde o visto. A esposa ou esposo de alguém com o visto L1 pode solicitar também uma permissão de trabalho ao chegar aqui, que pode demorar até três meses para ser aprovada. O Viver em Orlando tem um post bem explicativo sobre este visto e você pode acessá-lo aqui. 

Visto J1

Este visto envolve todas as categorias de intercâmbio cultural. Desde o programa Au Pair (para trabalhar como babá) a trabalho temporário durante as férias. Um dos usos mais comuns para este visto é o de programa de trainee. Por exemplo, pessoas que são formadas há, no máximo, dois anos, e são fluentes em inglês, podem vir para os Estados Unidos trabalhar como trainee em alguma empresa e adquirir experiência e conhecimento. Vale lembrar que não depende do indivíduo a iniciativa – é preciso um “sponsor”, algo que pode ser traduzido como um “patrocinador”, alguém que vai bancar o visto. Outras modalidades que se encaixam no visto J1 são: Visitante do Governo, Médicos (em treinamento), Professor e Pesquisador Escolar, Escolar a Curto Prazo,  Especialista, Professor e Treinamento. Os alunos que vêm pra cá pelo Ciência sem Fronteiras, por exemplo, usam o visto J1, pois eles estão em fase de intercâmbio cultural. O tempo de permanência no país varia conforme o programa, mas fica em torno de 12 a 24 meses. Mais informações podem ser encontradas aqui. 

Visto “O”

Trata-se de um visto especial de trabalho para pessoas com habilidades excepcionais no esporte, nas artes, nos negócios ou na ciência. É um visto bem complexo se levarmos em conta a preparação dos documentos e provas que evidenciam que o candidato preenche pelo menos três das oito possibilidades pressupostas pelo visto para o O-1A e três das seis para o O-1B , que pode ser usado para qualquer campo de atuação nos EUA. O candidato precisa demonstrar habilidades extraordinárias, termo aplicado a pessoas de negócios, cientistas, educadores, atletas, artistas e animadores. Mais informações sobre o visto O aqui. 

Visto H1B

É o visto de trabalho mais “desejado” digamos assim e, consequentemente, mais disputado. Ele dá permanência de três anos aqui, podendo ser renovado por mais três. Este visto também permite aplicação para o Green Card (não é todo visto que permite essa ação). É o visto que você precisa ter  caso queira trabalhar em uma empresa aqui (tirando por exemplo a opção do L e do J1, que acabam sendo mais restritas). O “problema” em volta do H1B é que o governo só emite 85 mil vistos H1B por ano – 20 mil dessa cota para quem tem mestrado. As inscrições abrem dia 1 de abril e o departamento de imigração é obrigado a receber inscrições por, no mínimo, cinco dias úteis. O que tem acontecido nos últimos anos é que, somente durante esses cinco dias, são recebidas mais aplicações do que o número de vagas disponíveis. Este ano, por exemplo, foram 233 mil aplicações. Aí, o que acontece? O departamento faz um sorteio para selecionar as 85 mil aplicações que serão analisadas. O restante é descartado – e tem que tentar novamente no ano seguinte. Mesmo que sua aplicação seja sorteada, aprovada e você passe pela entrevista no consulado, só está apto a trabalhar aqui a partir do dia 1 de outubro, que é quando começa o ano fiscal nos EUA. Ou seja, são 6 meses só de espera. Para se candidatar a um visto dessa, há algumas exigências, como, por exemplo, uma formação em curso superior (bacharel ou equiavalente) e ter educação, treinamento ou experiência na especialidade da vaga em aberto e ter o reconhecimento comprovado da experiência de trabalho prévio nesta ocupação no país de origem. Outra coisa muito importante: você não consegue, por sua contra própria e iniciativa, tirar esse visto. É preciso primeiro encontrar o empregador e é ele que vai demonstrar interesse em bancar esse visto para você. Mais informações sobre esse visto também podem ser encontradas no site Viver em Orlando (tem um post bem detalhado lá).Lembrando que essas são apenas algumas das categorias de vistos existentes. Há muito mais, mas eu diria que essas são as mais comuns. No site do consulado há mais informações. Meu objetivo aqui foi dar uma base, uma breve explicação para que vocês tenham ideia de como o processo funciona e algumas das possibilidades existentes. 


2 Comentários

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