by : Laura Peruchi
No dia 2 de janeiro de 2014, assim, quando os ânimos da virada de ano nem tinham esfriado, quando todo mundo ainda curtia o clima de feriado, quando o verão estava só começando no Brasil, eu partia para a mudança mais radical dos meus 27 anos de vida: vim morar em Nova York com meu namorido. De lá pra cá, lá se foram 6 meses de muito aprendizado e experiências.
Semana passada, a gente se deu conta de que hoje completaríamos meio ano morando aqui. Ainda lembro da reação das amigas quando eu contava a novidade: “Que tudo! Nova York! Que máximo!” etc, etc, etc – e é assim até hoje quando falo para alguém. Morar fora do país sempre foi um sonho, meu e do Thiago, e planejamos nossas vidas para conseguir alcançá-lo. E conseguimos, por méritos, por luta, por oportunidades e por estarmos prontos para abraçá-las.
Obviamente, viver numa das capitais do mundo é uma experiência enriquecedora. Mas não quer dizer que tudo sejam flores. Da nossa viagem para cá até hoje, passamos por muitas coisas – desde ficarmos acampados em Miami devido à neve que tomava conta da cidade e cancelou todos os voos até a dificuldade em encontrar um apartamento decente – sem contar, é claro, a aventura para mobiliar o nosso cantinho com móveis que tinham que ser montados por nós mesmos, etc e tal.
Durante todo este período longe do Brasil, aprendi muita coisa. Eu já morava fora de casa antes – o que ajudou a diminuir o choque de realidade e facilitou um pouco as coisas, confesso. Mas estar fora do seu país, num lugar onde você não domina a língua, onde você não conhece ninguém e ninguém conhece você e, o mais doloroso, estar longe da sua família – quando você é grudada nela! – e das suas amigas, não é uma tarefa fácil. Não é impossível, obviamente, mas eu diria que exige muita coragem.
Coragem porque sempre vão existir aqueles momentos de saudade, em que você lembra das risadas com as amigas, do abraço da mãe, da risada com o seu pai, das briguinhas com os irmãos, dos encontrinhos, da comida brasileira… E não rola pegar um ônibus pra rever a família ou pegar o celular para marcar uma saidinha com a turma. Nestas horas, tem que respirar fundo, contar até 10, levantar a cabeça e encarar. É. Por mais que a vida aqui seja ótima, sim, não dá pra negar que rolam momentos de solidão e saudades. Não tem como simplesmente arquivar 27 anos da sua vida e começar outra.
Olhando para trás e vendo tudo que percorri até aqui, posso me considerar uma pessoa de muita sorte, porque moro num lugar que sei que é almejado por muitos, tenho qualidade de vida, segurança, acesso a oportunidades únicas e a chance de vivenciar muitas experiências bacanas! E posso tirar três lições muito importantes disso tudo – algumas que já conhecia, outras que foram reforçadas:
Primeiro, nenhum lugar é perfeito. Jamais se iluda achando que morar fora do país é sinônimo de padecer no paraíso, de problemas zero, de felicidade eterna, de um conto de fadas sem fim. Todo lugar tem seus problemas – é, pode ser que sejam menores que os do Brasil, sim – e é preciso lidar com este fato. Cada país tem suas leis, seus costumes, seu mecanismo e cabe a você se adaptar à rotina – o lugar que você vive não vai se adaptar a você. Parece óbvio, mas a gente sempre se incomoda com algumas regras do jogo quando elas são diferentes daquelas que conhecíamos. Por mais que pareçam banais ou absurdas. E outra, não cuspo no prato que comi – ou seja, não reclamo do Brasil só porque estou morando fora, muito pelo contrário, tenho orgulho, sim, de ser brasileira e sinto saudades de todas as coisas boas que a vida por lá me proporcionou.
Segundo, que tanto aqui, como em qualquer lugar do mundo, as oportunidades não caem no colo de ninguém. Não dá pra ficar assistindo a vida passar tomando um drink esperando que a chance da sua vida vá bater na sua porta – porque ela não vai. Sei que soa como auto-ajuda, mas a mais pura verdade é que a gente precisa batalhar por aquilo que quer, correr atrás, dedicar-se – plantar para colher. Simples, porque estamos falando de vida real e não de roteiros de Hollywood.
Terceiro, quanto maiores as dificuldades, maior será seu crescimento, seu amadurecimento como pessoa. Você pode não se dar conta no momento, mas o ditado “é errando que se aprende” é a mais pura verdade. Todos nós passamos por momentos de insegurança, de angústia e de incertezas. Todos nós passamos por momentos bons e momentos ruins, porque é simplesmente assim que as coisas funcionam, não dá pra controlar tudo, nem todos, e acho que aprender isso é fundamental na nossa trajetória.
Eu vim pra cá cheia de expectativas. Muitas coisas que eu planejei fugiram do controle ou não saíram como o esperado. Várias me surpreenderam. Permiti que eu mudasse de ideia. Refleti sobre o rumo que eu gostaria que as coisas tomassem. Abri minha cabeça. Amadureci, cresci e tô vivendo, correndo atrás, com outras ideias, novos planos. Não sei do dia de amanhã, não sei por quanto tempo vamos morar aqui – e, sinceramente, não é algo no qual quero pensar agora. Quero continuar tentando aproveitar ao máximo a oportunidade única que estou tendo, correr atrás dos meus objetivos – e o mais importante: sempre ter forças para continuar mesmo que as coisas não saiam como o desejado, para jamais desistir… porque né, se eu não fizer, ninguém vai fazer por mim. Simples assim.
By the way, queria agradecer às leitoras e leitores do blog, que me acompanham aqui, no canal, no Insta e na Fan Page. Vocês são demais!
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.
Oi Laura, tenho seguido vc no youtube após ver seu vídeo de morando fora do Brasil, queria dizer que esse texto eh perfeito e me identifico muito com tudo o que vc falou, eu e meu marido completamos, dia 19 de junho, 6 meses em uma cidade do sul do Chile. Me identifico muito com vc por isso, imagino que meus sentimentos e descobertas são parecidas com as suas. Eh um sonho de viver, ainda mais vc aí em Nova Iorque.
O que tá pegando para mim, agora, eh a diferença cultural, após 6 meses o deslumbre começa a diminuir, mas nada que mente bem aberta para aprender e desfrutar de tudo sempre.
Oi Angela! Fico muito feliz que tenha gostado do texto! É isso mesmo, eu sempre digo.. turistar é uma coisa, morar é outra… beijo
Nossa Angela que sensacional deve ser está morando no Chile. Vou passar 10 dias no mês de gosto. Gostaria muitíssimo que me ajudasse com algumas dúvidas. Vou com um grupo de amigos para fazer um trabalho evangelistico. Quem sabe Deus não permite que nos encontremos para trocarmos experiências. Fica na paz.
Que legal Suzane. Eu moro no sul do Chile. Se eu puder te ajudar, com todo o prazer. Também sou da igreja, já pensou ser da mesma???? Hehehehe bjs
Emocionei!!! Lindo post!! E eh soh o começo de uma trajetoria incrivel, pode apostar;)
Super boa tua descrição sobre a tua experiência ! Sucesso
Muito orgulho dessa mocinha! É isso aí guerreira.
Ótimo texto, sucesso pra vc!