Eu sou aquele tipo de pessoa obcecada por séries e filmes em Nova York. Engraçado pensar que antes de morar aqui eu não tinha esse sentimento – cheguei a assistir Girls e Sex and the City, mas o fato de serem ambientadas em Nova York não foi o que me atraiu, mas sim o enredo, elenco e a fama de tais séries. Depois que mudei pra cá, esse sentimento mudou e o fato de uma série ou filme serem ambientados na cidade é suficiente para fazer com que a gente (eu e meu marido) tenhamos vontade de assistir. Obviamente, não foi diferente com Love Life, série que estreou há menos de um mês na HBO Max, novo serviço de streaming da HBO. Terminamos de assistir a todos os episódios da primeira temporada e eu gostei tanto que não poderia deixar de compartilhar minhas impressões sobre!
Sinopse
Em Love Life, acompanhamos a trajetória de Darby (interpretada por Anna Kendrick), do primeiro amor ao amor duradouro, e como as pessoas com quem nos encontramos nos transformam em quem somos quando finalmente terminamos com alguém para sempre. Darby mora em Nova York e sua jornada é contada em 10 episódios de 35 a 40 minutos cada. Se eu tivesse que explicar Love Life brevemente, eu diria que a série é um encontro entre Sex and the City e Girls (ambas da HBO também).
Por que eu amei Love Life
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It’s all happening for Darby✨ Love Life comes to @hbomax May 27. #LoveLifeonMax
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1. É um retrato mais realista da vida em NYC – A jornada amorosa de Darby – suas dores e alegrias – são o foco central do seriado, mas a vida na Big Apple também é incorporada à história. Obviamente, as cenas de lugares lindos e charmosos da cidade dão aquele toque mais inspirador à trama, mas, além desses takes, o seriado traz um retrato de uma rotina nova iorquina muito mais real, bem diferente de Sex and the City, por exemplo. Darby não nos é apresentada como uma mulher super poderosa e bem-sucedida, que mora sozinha num apartamento dos sonhos. Através dos 10 episódios, nós acompanhamos a evolução da sua vida amorosa, e também os struggles de morar em Nova York. No início da trama, conhecemos uma Darby que divide um apartamento com amigas – um apartamento bem realista, por sinal, e que não tem um emprego glamouroso. Darby atua na área de artes (museus e galerias), mas o caminho que ela percorre para ser bem-sucedida na carreira e chegar onde almeja é longo. Isso sem contar outras pequenas realidades diárias que são apresentadas ao longo do seriado: de carregar os seus móveis da Ikea ou uma árvore de Natal comprada na rua até a dificuldade de andar com um bebê no metrô da cidade, passando pela arrogância de um personagem que quer usar o status imigratório de alguém como uma ameaça. São cenas sutis, que entram como meros detalhes, mas que trazem um toque de realidade à trama. Mesmo quando vai morar sozinha, seu apartamento, um studio com aluguel controlado, condiz muito com a realidade da cidade. Também adorei o fato de que uma das melhores amigas de Darby é lésbica e negra – sendo Nova York uma cidade tão livre e líder em movimentos contra a homofobia, acho significativo e necessário a presença de um personagem assim. Ainda, vale somar toda a questão da vida amorosa em Nova York, mostrada muito bem no seriado.
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You have to close one chapter to start the next ❤️ #LoveLifeonMax
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2. Todo mundo vai se identificar com alguma insegurança de Darby – Darby tem um pouco daquele clichê – que na real não é tão clichê assim – da jovem que almeja um verdadeiro amor. Porém, ao longo da sua vida amorosa, nós também conhecemos as inseguranças dela em relação aos caras que aparecem em sua vida. Da rejeição daquele carinha popular que parecia perfeito na adolescência até o cara rico e bem-sucedido que faz com que ela muitas vezes se veja como alguém inferior e sinta que precisa mentir sobre quem é para se enquadrar no círculo de amizades dele. Como é interessante observar de fora e reconhecer alguns comportamentos que eu mesma já tive em relação a ficantes, casinhos e namorados. Impossível assistir e não chegar à conclusão de que as pessoas em nossas vidas precisam somar e que quando a gente precisa encontrar justificativas para manter aquele cara (ou aquela menina) em nossa vida, algo não está certo. Você não precisa se contentar com alguém só para não ficar sozinha e o seriado mostra isso.
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Mood ❤️ Stream the first 3 episodes of Love Life now on @hbomax. #LoveLifeonMax
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3. Precisamos falar sobre relacionamentos tóxicos – com tanta gente na internet falando sobre autoconhecimento e auto-estima, o tema relacionamento tóxico também ganhou mais destaque nos últimos tempos. Considero esse debate super necessário, já que muita gente acha que agressões se resumem apenas à violência física, sendo que a violência verbal pode ser tão prejudicial quanto. O seriado traz um exemplo desses com muita maestria. É muito interessante e incômodo, pra falar a verdade, observar Darby em um relacionamento assim e o quanto ela vai se anulando por conta de um cara que está mais preocupado com ele do que com ela. É uma pessoa que não consegue ficar feliz pelas conquistas dela e ainda vai se tornando um peso em sua vida, sugando muito mais do que somando. Ao mesmo tempo, também percebemos como pode ser difícil identificar esse tipo de comportamento, já que, muitas vezes, ele está diretamente ligado à falta de auto-estima.
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Surround yourself with friends who have your back ❤️ #LoveLifeonMax
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4. Não é só sobre relacionamentos amorosos – o maior foco do seriado acaba sendo a vida amorosa de Darby, mas outros relacionamentos importantes da vida dela também ganham destaque. Um deles é a amizade com Sara, sua melhor amiga e roommate, cujo relacionamento estável e “perfeito” com o namorado também acaba ganhando espaço dentro da trama. Sara tem uma energia diferente de Darby, um espírito livre e festeiro, que no fundo também esconde inseguranças. É muito bonito ver a amizade e a parceria entre as duas, um relacionamento muito verdadeiro, onde Sara reconhece as vulnerabilidades de Darby e vibra com ela a cada conquista. Ao longo da história, acabamos conhecendo alguns problemas de Sara e também vemos o quanto Darby se importa com a amiga – entretanto, também percebemos o quanto é exaustivo querer ajudar pessoas que não querem ser ajudadas. É bonito ver o caminho que a amizade das duas toma e o quanto pessoas nem sempre fazem parte de nossas vidas da mesma forma ou com a mesma intensidade sempre. Além de Sara, outro relacionamento que ganha enfoque no seriado é o de Darby com sua mãe, Claudia, que tem um comportamento narcisista. Achei esse enfoque também extremamente necessário, já que se romantiza muito o relacionamento com nossos pais ao longo de nossas vidas.
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When you remember that you are less than 24 hours away from watching Love Life 🙌 😍 #LoveLifeonMax
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5. Mais importante que encontrar alguém, é encontrar o amor próprio – sim, eu sei o quanto essa frase soa clichezona, mas é a verdade. As experiências amorosas de Darby – e sua breve passagem pela terapia – nos mostram o processo de amadurecimento da personagem. À medida que o tempo passa, vai ficando claro o quanto Darby se apropria de sua história e se torna mais confiante e consegue perceber aquilo que não é bom pra ela. Mais que isso, uma pessoa pode ser maravilhosa e mesmo assim não servir para você. Outro enfoque muito bacana sobre o seriado, é que apesar de mostrar vários caras na vida dela até ela encontrar “a pessoa”, a gente percebe que é muito mais sobre ela, sobre o seu processo de amadurecimento, sobre o quanto ela evolui e sobre o quão importante é essa relação de amor que precisamos criar com nós mesmas. Ao buscar o amor de sua vida, Darby descobre o quão importante ela é na equação: seja no relacionamento com os caras, com a mãe ou com a melhor amiga. Eu não preciso aceitar aquilo que não me faz bem e que não soma pra mim.
Love Life já foi renovada para uma segunda temporada. O lançamento no Brasil ainda não foi anunciado.
Gostou do assunto? Mais duas sugestões de seriados interessantes com uma vibe similar:
The Bold Tybe – do canal Freform, já tem 4 temporadas. A história foi inspirada na vida da editora-chefe da revista Cosmopolitan, Joanna Coles e narra a rotina de três amigas solteiras- Jane, Sutton e Kat – na redação da revista Scarlet. O mais bacana da série é que ela retrada muitas das questões que estamos vivendo na atualidade: o boom das redes sociais, o feminismo, preconceito e, claro, as dores e as delícias de morar em Nova York. Jane é redatora da revista, , Kat é diretora de mídias sociais e Sutton é a última das três a ocupar o cargo de assistente, mesmo sempre trabalhando até a exaustão. As três trabalham sob a direção da editora-chefe Jacqueline, que comanda a revista com maestria – ela é uma chefe diferente das outras. The Bold Type é aquele seriado mulherzinha que a gente adora – mas cheio de atitude! Aqui nos EUA, dá para assistir pelo Hulu.
Dating Around – reality da Netflix com seis episódios focado no mundo dos flertes e fracassos. A primeira temporada se passa em NYC. A cada episódio, acompanhamos 5 encontros de uma pessoa solteira na cidade. A missão é encontrar a pessoa que será digna de um segundo encontro. É interessantíssimo para não somente entender a dinâmica da paquera, especialmente em NYC, como também para observar o comportamento das pessoas nessas situações. A segunda temporada também já estreou e traz casais de New Orleans.
Espero que tenham curtido o post!
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Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.
Ameiiiiii Love Life ❤️
Muitoooo obrigada pela indicação!
O The Bold Type eu assisti na estréia mas como já assistia mta coisa acabei esquecendo, agora sem nada novo vou tentar de novo
Obrigada pelas dicas! Me ajudou bastante. Vou ver Love Life.
Mesmo porque hoje em Sampa está chovendo, um dia propício para um seriado.
Grande beijo
Marlene