Blog da Laura Peruchi – Tudo sobre Nova York
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5 mentiras de Sex and the City sobre Nova York

No começo deste mês, mais precisamente dia 8, a série Sex and the City completou 18 anos de seu primeiro episódio. As personagens Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte foram responsáveis pelo sucesso da série que falava sobre relacionamentos e tinha como pano de fundo a cidade de Nova York. Com seis temporadas, Sex and the City deixou saudades, rendeu dois filmes – há quem ainda espere um terceiro – e impulsionou a carreira de Sarah Jessica Parker (Carrie). Porém, como nem tudo na televisão reflete a realidade, a série também nos contou algumas mentirinhas sobre viver em Nova York. Eu assisti Sex and the City duas vezes: antes de morar aqui, há alguns anos, e recentemente, terminei de rever os episódios. E fiz uma lista dos fatos que não são tão “reais” assim…

1. O uso de salto alto nas ruas

Isso eu posso falar por experiência própria. Sou baixinha – tenho 1,59 de altura – e sempre fui fã de sapatos altos. Minha coleção de peep toes tinha, pelo menos, uns dez pares, sem contar as sandálias e outros sapatos altos. Eu sempre achava desperdício gastar dinheiro em rasteirinhas ou tênis – com o valor, eu poderia comprar outro salto, muito mais legal, né? Daí eu mudei para Nova York e acabei trazendo comigo apenas um sapato de salto alto, para o caso de uma ocasião especial. A verdade é que aqui em Nova York anda-se muito a pé e de metrô – o que torna um estilo de vida com saltos insustentável. Carrie só podia viver pra lá e pra cá em seus modelitos Manolo Blahnik porque só pegava táxi. Aí fica fácil…

2. Meio de transporte: táxi

Tá aí outro item que não tem como não comentar: o fato de Carrie só usar táxi. Tudo bem que uma corrida de táxi na cidade não é tão cara, mas o sistema de metrô da cidade funciona muito bem, obrigada, e, considerando o trânsito caótico de Nova York em alguns horários do dia, o táxi não é o meio de transporte mais eficaz – e mais barato. Obviamente que os carros amarelos – e hoje também os carros do Uber e outros apps – são muito usados, mas são exceção, e não regra. A grande população da cidade usa o metrô – e estamos falando de várias classes sociais.

3. O estilo de vida de Carrie

Carrie era uma personagem com gostos bem peculiares: seu closet era recheado de peças de marcas luxuosas como Chanel, Dior e Manolo Blahnik, cujos preços podem passar dos quatro dígitos. Mesmo para quem recebe em dólar, não é fácil manter um guarda-roupa com peças assim. Carrie ainda morava sozinha num apartamento no Upper East Side – grande demais para os padrões de Nova York – e usava táxi a todo momento. Tudo isso escrevendo uma coluna semanal para um jornal – e nem era o New York Times. O custo de vida na cidade não é barato – especialmente se levarmos em conta os gastos com aluguel – e certamente, na vida real, o salário dela não seria suficiente para pagar todas essas contas. E para não dizer que sou só eu, este é um ponto que já foi levantado por vários sites e publicações.

4. Manhattan superestimada

Quando Miranda se muda para o Brooklyn, fica nítida a decepção das outras três amigas em relação ao bairro. Na série, parece que Manhattan é encantada e quem mora na ilha é mais importante que as pessoas que vivem nos outros bairros. A verdade é que morar em Manhattan pode, sim, ser mais prático, mas isso não faz com que as outras regiões sejam desprezíveis. Dá pra perceber uma espécie de bairrismo. Hoje, o Brooklyn já tem algumas regiões super valorizadas, como Williamsburg. Não dá pra menosprezar nenhum lugar. O bairro desprezado hoje pode ser tendência amanhã.

5. Os jantares e os drinks

A vida social de Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha era super intensa. Festas, baladas, restaurantes. Não me espanto de ver as pessoas achando que a vida em Nova York é puro glamour. A verdade é que é pouco provável que você consiga sustentar um estilo de vida assim, com uma vida social intensa, apartamentos enormes (sem roommates) e um closet sofisticado. A conta não fecha. A não ser que você seja milionário.

Não me entendam mal: eu amo Sex and the City. Se tiver oportunidade, vou assistir novamente. Mas alguns fatos são surreais e achei que seria interessante trazer alguns pontos aqui para o blog. E mais: avaliei a série tendo como base a minha experiência aqui – e também conhecendo a vida de muitas outras pessoas que vivem na cidade.

Aliás, há uma matéria do Refinery 29 que toca em vários pontos que eu mencionei aqui e vale muito a leitura. Porém, para não dizer que eu só falei das mentiras, gostaria de fazer menção honrosa para uma verdade: networking. Em qualquer lugar do mundo, conhecer as pessoas certas e fazer contatos é essencial para uma carreira – aqui em Nova York, não é diferente. Contatos, contatos, contatos: isso certamente facilita muito a vida de quem mora aqui.


1 comentário

  1. Só posso dizer que amay (e também é bom pra dar choquinho de realidade nos mais sonhadores, né?). 😛

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