Cinco hábitos para aprender com os Novaiorquinos

Feriadinho no Brasil e aqui a vida continua! Sorry por liberar o post um pouco mais tarde, mas, enfim, cá estamos! Quando a gente mora fora do país, há algumas diferenças culturais e de comportamento que a gente nota – às vezes de cara, às vezes com o tempo. Óbvio que tem coisas que a gente preferia que continuassem do nosso jeito – já outras a gente adora. Resolvi listar alguns comportamentos que eu particularmente adoro e admiro nos novaiorquinos e acho que todos nós podíamos aprender com eles. Digo novaiorquinos porque New York é uma cidade bem singular nos EUA e não sei se todos os americanos são assim. Ah, antes que me acusem de estar reclamando dos brasileiros, só quero avisar que logo farei a versão contrária – com coisas que NY poderia importar do Brasil, ok?

Eu costumo dizer que aqui o povo vomita “sorry”. No bom sentido, ok? Se a pessoa encostou em você, ela pede desculpa, se ela cruzar seu caminho ela pede desculpa, se ela esbarrou em você ela pede desculpa, se ela errar alguma coisa (em caso de atendimento, por exemplo) ela pede desculpa. Num trem lotado, quando muitos querem sair e outros entrar, todo mundo pede licença – ninguém se empurra ou se esbarra. Aliás, o povo espera todo mundo sair do vagão pra então entrar. Parece um contrato silencioso, mas funciona. E eu gosto muito disso, dessa educação, dessa coisa de mostrar ao outro que você sente muito, de agradecer, enfim, de ser educado, ser gentil. Eles podem ser muito diferentes da gente em outros aspectos, mas acho que, neste caso, não há o que reclamar.

Quantas vezes você já elogiou um estranho? Elogiar mãe, irmã, amiga e namorado é ok pra gente, mas e parar alguém na rua para dizer que você adorou aquele look? Ou falar para aquela vendedora que você amou a make dela? Isso soa estranho para você? Aqui em Nova York é muito comum um estranho simplesmente passar por você e elogiar algo. Tenho uma bolsa da Aldo toda bordada com botões e já perdi as contas de quantas pessoas elogiaram . Outro dia, vieram falar de um shorts que eu estava usando. Não tem conversa prolongada: é apenas um elogio sincero. A pessoa não guarda a impressão boa que ela teve pra si – ela te diz! Ela passa por você e solta: uau, adorei sua produção. E isso é tão legal, sabem? Afinal, quem não gosta de um elogio?

Eu sempre falo que Nova York é o lugar para ousar. Aqui, você pode ser quem você quer. A cidade é muito cosmopolita: tem gente de todas as partes do mundo, de todas as cores, religiões, crenças e estilos, claro! Não importa se você curte misturar rosa com amarelo, se você quer usar um abacaxi na cabeça ou um moicano de 50 cm de altura. Ninguém fica te encarando com aquele olhar raio-x dos pés à cabeça. Sabe aquele rasgo na meia-calça? Pouco importa: ninguém vai te achar desleixada por isso. Dificilmente você vai sentir aquele olhar te observando e te analisando.

4. Ler, ler, ler

 Uma coisa que admiro muito no povo que mora aqui é o hábito de leitura. Não tem tempo ruim: o pessoal aproveita o metrô, a fila, o café, o parque, o ônibus, qualquer brechinha para ler. Seja um livro (impresso ou no Kindle), seja um jornal ou uma revista. É muito legal de observar todo mundo concentrado em sua leitura. Veja, Nova York é uma cidade tão agitada, todo mundo está sempre correndo, mas, mesmo assim, as pessoas encontram brechas em suas rotinas para ler.

Sabe aquele encontro que você marcou às 18h? Não é para chegar às 18h15. Sabe aquela apresentação que está marcada para 19h30? Dificilmente ela vai atrasar. Sabe a mesa que você reservou para as 20h? Ela não vai te esperar por 20 minutinhos. Aqui as coisas acontecem na hora marcada (pelo menos todas as experiências que tive em mais de um ano vivendo aqui foram assim). E se você parar para pensar, é o certo, não? Porque nós, brasileiros, por exemplo, temos muito essa mania, essa cultura do atraso. E para quem fica esperando não é nada legal.

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