Atire a primeira pedra quem nunca teve preconceito a respeito de hostel. Para quem não está familiarizado com o termo, um hostel é um tipo de acomodação que se caracteriza pelos preços mais acessíveis – e pela socialização dos hóspedes, com quartos e banheiros compartilhados. Um hostel acaba sendo a opção de quem viaja sozinho – pela possibilidade de conhecer novas pessoas – e de quem está com o orçamento apertado, mas não quer adiar os planos da viagem.
Como não é novidade para ninguém, hospedagem em Nova York é algo muito caro e, por isso, conversei com algumas meninas que já se hospedaram em hosteis da cidade, para saber um pouco mais da experiência delas.
Priscilla Grans – ficou no New York Budget Inn por 10 noites.
Endereço: 200 E 34th St – próximo à linha 6.
Valor que pagou na diária: U$55
UPDATE: o hostel fechou!
“Descobri o New York Budget Inn pelo site Hostel World. Pesquisei em vários sites como Booking, Google, mas nenhum me agradava. Procurei alguns apartamentos e quartos no Airbnb, mas tive um pouco de medo de ficar na casa de um desconhecido em outro país, então preferi um hostel mesmo. Quando encontrei este o que mais me atraiu foi a localização e por ficar próximo a uma estação de metrô. Estava com um pouco de medo e tinha um certo preconceito em relação à hostel. Já havia me hospedado em um no Rio de Janeiro e não tinha sido nada agradável, mas, como era minha única opção para conseguir viajar nas férias, decidi encarar. Chegando lá, eu me surpreendi com o atendimento. Cheguei muitas horas antes do check in e os funcionários foram extremamente atenciosos e guardaram minhas bagagens com etiquetas de identificação e eu pude dar uma volta pela cidade tranquilamente. Quando retornei, eles me explicaram como funcionava o local e fui para meu quarto. Dividi o quarto com mais três garotas. No quarto, havia duas beliches e quatro armários (aqueles pequenos de academia) onde cada um coloca seu cadeado, e um frigobar. O hostel oferece toalhas de banho, shampoo, condicionador e sabonete líquido em todos os banheiros, as camas são arrumadas todos os dias e os funcionários aspiram os carpetes diariamente também. Pela manhã (perto da hora do almoço) observei que os banheiros são lavados e de noite também. Além disso, há Wi-Fi em todos os andares e funciona super bem. Não há café da manhã, mas eles oferecem de cortesia às 8h alguns donuts, café e chocolate quente (mas é preciso correr porque são poucos). Os funcionários são bastante atenciosos e simpáticos. Sempre me perguntavam se estava tudo bem, se eu precisava de algo e informavam sobre a programação em turma que costuma fazer como pub crawl, baladas, karaokê…”
Saldo da experiência: Gostei porque me surpreendeu muito e porque pude conhecer pessoas de outras culturas e lugares. E, principalmente, porque não gastei muito e fiquei num local com excelente localização onde conseguia fazer tudo de metrô ou a pé e raramente usava táxi. E principalmente porque Nova York é simplesmente incrível e apaixonante!
A parte mais legal: conhecer pessoas de vários lugares do mundo e fazer amizade. Eu sou do tipo que adora conversar e fala até com as paredes, Rs. No meu quarto, tinham duas coreanas. Uma falava um pouquinho de inglês então a gente trocava dicas de passeios, mas a outra não flava nadinha! Mesmo assim eu dava um jeito de me comunicar, Rs.
A parte negativa: como eu já imaginava, é ter que dividir banheiro. Mas não é algo taaaaao ruim assim. É algo que você se acostuma e se torna normal em três, quatro dias.
Qual o seu conselho para quem pensa neste tipo de acomodação? Vá a fim de curtir a experiência, a viagem e pensando em economizar para gastar com passeios. Não fique com medo nem imaginando perigos que algumas pessoas que tiveram experiências ruins ficam falando por aí. Acho que a simpatia é fundamental para que você se dê bem com seus colegas de quarto.
Thais Rodrigues – ficou no Jazz on Columbus Circle por 10 noites.
Endereço: 940 8th Ave – próximo às linhas 1, A, B, C, D, N, Q e R.
Valor que pagou na diária: U$50.
Clique aqui para reservar o Jazz on Columbus Circle.
“Eu já estava em Nova York hospedada na casa de uma família e, infelizmente, a experiência estava sendo desastrosa e eu decidi que precisava sair de lá com urgência. Por sorte, acabei conhecendo uma brasileira que estava hospedada nesse hostel e me disse que ele era muito bom. Acabei indo conhecer e decidi passar o resto da viagem lá. O prédio é escondido e tem um entrada bem pequena (pouco maior que uma porta), mas é muito novo e bem espaçoso por dentro. Fiquei hospedada num quarto misto para 4 pessoas, que possuía duas beliches, quatro armários pequenos com trancas, além de uma espécie de sapateira. No meu quarto, também tinha uma sacada bem grande, com uma mesa e algumas cadeiras. O banheiro ficava dentro do quarto e era incrivelmente limpo. Entre a porta do banheiro e o quarto, há um cômodo com uma pia grande (duas torneiras), espelho e um secador de cabelo. Por fim, o hostel não oferece a opção de café da manhã mas tem uma máquina de café no corredor, onde os hóspedes podem pegar café, chá e chocolate quente de graça, sempre que quiserem. A internet também era grátis e eu vi algo sobre eventos de confraternização entre hóspedes realizados pelo hostel.
Saldo da experiência: Gostei muito! Sair da zona de conforto dos hotéis tradicionais e dividir o quarto com pessoas de todo o mundo é uma experiência única!
A parte mais legal: Conhecer pessoas e fazer amigos de culturas diferentes.
A parte negativa: O fato de as toalhas não serem trocadas com frequência.
Qual o seu conselho para quem pensa neste tipo de acomodação? Antes de fazer sua reserva, verifique se você está realmente disposto a dividir o quarto e o banheiro com estranhos, e, é claro, tenha certeza de que você é capaz de aceitar todo tipo de cultura.
Clique aqui para reservar o Jazz on Columbus Circle.
Renata ALves – ficou no Jazz at Columbus Circle e no YMCA West Side (1 noite em cada um)
Endereço (YMCA): 5 W 63rd St – próximo às linhas 1, A, B, C, D, N, Q e R.
Valor que pagou na diária: U$50 no primeiro / U$106 no segundo (para duas pessoas)
“Descobri os dois hostels por sites de hospedagem (Booking, TripAdvisor e Hostel World) e recomendação. No Jazz, fiquei em um quarto compartilhado feminino com banheiro dentro. Dividi quarto com 4 garotas (parece que uma era brasileira), mas não nos encontramos e nem nos relacionamos. Tinha internet em todas as dependências, máquina de café cortesia, sem café da manhã. Os funcionários foram prestativos, deixei minha bagagem antes do check in sem custos, mas para deixar na saída tem um custo de U$ 4. NO YMCA, dividi um quarto com beliche com meu amigo. Tinha internet em todas as dependências (estávamos no 8o andar e funcionou muito bem). Não tinha café e para deixar a bagagem tinha custo por peça de U$ 2.
Saldo da experiência: Foi a primeira vez que dividi quarto com desconhecidos, no Jazz. O fato de ter banheiro interno ajudou muito e não tivemos problemas quanto ao uso. Também percebi cuidado quanto ao barulho. Foi uma boa experiência. No YMCA, o fato do banheiro ser compartilhado incomoda um pouco, pois, no frio que estava, você não pode tomar banho e correr para as cobertas, rs. Neste, inclusive, o banheiro feminino tinha um “locker”: era necessário colocar senha para entrar. Os quartos são bem pequenos e com TV (mas não achei o controle remoto) e, por serem em corredores e bem próximos, era possível escutar o som de outro quarto. Por ter dividido com meu amigo, foi bem tranquilo.
A parte mais legal: o baixo custo, principalmente. Já estive em Nova York há 4 anos e arcar sozinha com custo de hospedagem é complicado. No Jazz, me convidaram para ir para algum lugar, mas, como era meu primeiro dia e não falo muito inglês, não fui. Mas o legal é compartilhar uma convivência comum a todos.
A parte negativa: a menor privacidade e não ter café da manhã (o que, em NY, também ajudaria muito).
Qual o seu conselho para quem pensa neste tipo de acomodação? Se for no mesmo clima que eu, para só descansar, tomar banho e usar a internet, o custo é bem interessante e vale a pena. Em outras cidades, já fiquei em quartos privativos sozinha, mas não foi o caso dessa viagem. Estar em um quarto com amigos também ajuda.
Clique aqui para reservar o YMCA West Side.
Laura Peruchi é jornalista, autora e empreendedora. Mora em Nova York com seu marido desde 2014, e, desde então, divide em seu blog um conteúdo variado sobre a Big Apple. Com dicas de turismo, compras, restaurantes e muito mais, sua plataforma online tornou-se referência em conteúdo em português para quem está planejando uma viagem a Nova York. Acompanhe Laura também no Instagram, Youtube, Facebook e Spotify.
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